USMT solidarizou-se e participou no Protesto Geral, que se realizou hoje em Santarém.
USMT apresentou na manifestação uma série de cartazes, nos quais se podia ler:
“Formação de mais Profissionais de Saúde. Urgente!”
“Farmácias Hospitalares abertas aos Utentes.”
“Não ás Taxas Moderadoras.”
“Medicamentos mais Baratos.”
“Mais Médicos nos Centros de Saúde.”
“Promiscuidade público-privado. Não!”
“Saúde Oral dos Centros de Saúde.”
“SNS (Serviço Nacional de Saúde) Público, Universal e Gratuito.”
Há muito tempo que não se via a sala de sessões da Câmara Municipal de Torres Novas tão concorrida durante uma reunião do executivo. Proveniente de Riachos, Meia Via, Pedrógão e Ribeira Branca, a população quis queixar-se junto da Câmara e pedir ajuda para resolver o problema de falta de médico de família.
O movimento que levou algumas dezenas de munícipes à reunião de Câmara pública de terça-feira, dia 21 de Novembro, foi uma organização da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo que, durante as últimas semanas, reuniu as populações e as convidou a comparecer na reunião, como forma de pressionar a Câmara a encabeçar a luta.
A reunião ficou marcada pela ausência de António Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, que, por motivos de agenda, não pôde esta presente, bem como dos vereadores Manuela Pinheiro e Carlos Tomé.
Manuel José Soares, porta-voz da manifestação, afirmou que são muitos os cidadãos que estão a ser privados de um dos mais elementares direitos, acesso à saúde, e enumerou as preocupações com que as pessoas se debatem diariamente, mediante a falta de médico na respectiva freguesia.
"São frequentes as vezes que têm de estar às seis da manhã frente ao Centro de Saúde, em Torres Novas, com o objectivo de conseguir consulta. Muitas vezes não têm a consulta e outras têm de permanecer longas horas no Centro, tendo de providenciar a alimentação. Tendo em conta que muitos dos que necessitam de cuidados médicos, principalmente os idosos, não dispõem de rendimentos que lhe possibilitem o aluguer de um táxi e tomar refeições fora de casa, imaginamos os sacrifícios por que estão a passar. Mais, há relatos de pessoas que deixaram de tomar os medicamentos e outras que não podem vir às consultas regulares" – disse Soares, lendo um documento.
O representante da Comissão de Utentes rejeitou ainda que sejam os utentes a ser responsabilizados pela actual situação: "Os utentes da saúde não são responsáveis pelas políticas erradas na formação de recursos humanos para a saúde. Nem podem ser responsabilizados pela má distribuição a nível nacional dos recursos existentes. Até pagam taxas, para ser mal servidos".
O documento foi entregue à vereação, tendo sido elaborado com base nas principais preocupações que os utentes têm feito chegar à comissão.
Perante o cenário de quatro freguesias sem médico (Riachos tem um apenas), a população, pela voz de José Soares, faz exigências à Câmara: "Exige-se da parte dos eleitos locais, representantes da população, que exerçam uma clara e justificada pressão sobre os responsáveis ministeriais da área da saúde, para resolver o problema da falta de médicos nas freguesias afectadas".
No final, o representante da Comissão de Utentes mostrou disponibilidade em reunir com o executivo para sugerir medidas práticas e concretas, que poderão ser tomadas pela Câmara e levar à resolução do problema que tem afectado um grande número de torrejanos.
Pedro Ferreira, vice-presidente da Câmara, que sabia antecipadamente da ida da população à reunião e os motivos da mesma, tinha já falado com Fernando Afoito, da Administração Regional de Saúde de Santarém. E a resposta que deu aos queixosos é aquela que todos já conhecem: não há médicos disponíveis em Portugal, muito menos dispostos a trabalhar na província.
Pedro Ferreira demonstrou preocupação pelo caso, mas adiantou que pouco pode ser resolvido pela Câmara. No entanto, garantiu que os utentes não seria abandonados pela autarquia nesta luta e que iria fazer chegar junto do Ministro da Saúde a preocupação dos torrejanos, de forma a ajudar a resolver a situação.
O autarca adiantou ainda que durante o mês de Novembro está a decorrer um concurso público, que poderá trazer médicos para o concelho. Nuno Santos, vereador do PSD, mostrou-se também solidário com a população e aconselhou que se trabalhasse no sentido de resolver o problema, mas que, até à saída dos resultados do concurso, nada fosse feito publicamente. Se os resultados não forem favoráveis ao concelho, então sim, continuou o vereador social-democrata, "deverá pensar-se em outros modos de luta".
José Augusto Paixão, também da Comissão de Utentes, lembrou que o discurso de falta de médicos não é tão linear como possa parecer: "Há mecanismos para resolver essa situação, assim os responsáveis queiram. Por exemplo, um médico reformado não pode continuar a exercer como médico de família, mas pode ir para uma clínica privada. É preciso ter sensibilidade para fazer as excepções necessárias. Não há falta de médicos, estão é mal colocados. As clínicas privadas, quando abrem, têm três mil médicos a concorrer. Há que criar condições para atrair médicos para a função pública".
Na prática nada ficou resolvido, mas ficou a promessa de o executivo reunir com a Comissão de Utentes da Saúde para, juntos, tentarem achar uma solução.
Fonte: Inês Vidal (Jornal Torrejano)
"Milhares de cidadãos do nosso concelho, concretamente das freguesias do Pedrógão, Ribeira, Meia Via e Riachos, estão a ficar privados de um dos mais elementares direitos, o acesso à saúde.
São frequentes as vezes que têm de estar às seis da manhã frente ao Centro Saúde, em Torres Novas, com o objectivo de conseguir uma consulta. Muitas vezes não têm a consulta e outras têm de permanecer longas horas no Centro de Saúde, tendo de providenciar a alimentação. Acresce que muitos desses cidadãos não têm meios de transporte próprio, nem os transportes públicos têm a frequência e os horários compatíveis com as necessidades. Tendo em conta que muitos dos que necessitam de cuidados médicos, principalmente os idosos, não dispõem de rendimentos que lhes possibilitem o aluguer de um táxi e tomar refeições fora de casa, imaginamos os sacrifícios por que estão a passar. Mais, há relatos de pessoas que deixaram de tomar os medicamentos e outros que não podem vir às consultas regulares.
Sejamos claros: com esta situação largos milhares de pessoas têm a sua qualidade de vida gravemente afectada.
Os utentes de saúde não são os responsáveis pelas políticas erradas na formação de recursos humanos para a saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros. Nem podem ser responsabilizados pela má distribuição a nível nacional dos recursos existentes. Também não são responsáveis pelo crónico subfinanciamento do sector da saúde, com especial incidência nos Cuidados de Saúde Primários. E, até pagam taxas, para serem mal servidos.
Exige-se de parte dos eleitos locais, representantes da população, que exerçam uma clara e justificada pressão sobre os responsáveis ministeriais da área da saúde, para resolver o problema da falta de médicos nas freguesias afectadas.
Conscientes de que a saúde é o bem mais valioso do ser humanos, não nos conformamos com a discriminação no acesso de cuidados médicos a que estão votados milhares de torrejanos. Continuaremos a afirmar a nossa disponibilidade para trabalhar, com todos, para resolvermos o grave problema da falta de médicos".
Torres Novas, 21 de Novembro de 2006
Em carta ao Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), indica os nomes dos elementos que farão parte da Comissão Dinamizadora do MUSP.
Ver carta em ANEXO.
18 Novembro 2006 (Sábado) 21 horas
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Análise da situação decorrente da falta de médicos e decidir das medidas a tomar.
(Sexta)21 horas
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Análise da situação decorrente da falta de médicos e decidir das medidas a tomar.
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