Quase todos os dias chegam ao nosso conhecimento relatos, pessoais ou através da comunicação social, de centenas de utentes que desesperam para terem uma consulta médica.
Os problemas vão-se agravando no Tramagal, em Montalvo, em Riachos, na Meia Via, na Ribeira, nos concelhos de Ourém e Entroncamento.
Para além das promessas eleitorais, (alguns dos que as fazem quando tiveram poder para fazer alguma coisa calaram-se) há sucessivas declarações de responsáveis afirmando que os problemas se vão agravar.
Pela parte da CUSMT, apenas afirmar que vamos continuar, com as populações, activos e interessados na denúncia dos problemas e na exigência da sua resolução.
Marcada para o final de Setembro, a reunião da Comissão Dinamizadora do MUSP - Movimento de Utentes dos Serviços Públicos -, a que a CUSMT pertence, foi adiada para o mês de Outubro, para local e data ainda a indicar.
Esta reunião revela-se de uma importância acrescida pois nela se debaterá e decidirá o próximo Encontro Nacional de Associações e Comissões de Utentes.
A doença de Alzheimer afecta 90 mil portugueses, número que deverá duplicar nos próximos 30 anos, alertou a associação representante dos doentes, considerando que é tempo de «transformar a demência numa prioridade de saúde pública e política social»
É COLOCAR MAIS SOFRIMENTO EM CIMA DE QUEM JÁ SOFRE MUITO!
Chegou ao nosso conhecimento uma situação, que apesar de directamente não ter a ver com a organização dos cuidados de saúde, mas sim com a segurança social, justifica o título deste texto.
Um pai, que vive com as dificuldades próprias de quase todos os que trabalham por conta própria – condições agravadas pela presente crise económica – tem um filho menor com incapacidade permanente, devidamente verificada por junta médica competente. Recebia um pequeno subsídio pela grave situação do filho.
Sem que fossem dadas quaisquer explicações prévias a Segurança Social retira-lhe o subsídio. Pior, segundo o próprio, os serviços da Segurança Social não conseguem dar uma explicação para o sucedido.
Este é mais um caso concreto (agora, no Concelho de Ferreira do Zêzere) que deve ser corrigido para preservar o bom nome dos serviços públicos e, essencialmente, resolver ou minorar o sofrimento dos cidadãos.
ONDE ESTÃO AS OBRAS DE AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE SAÚDE?
ONDE ESTÃO OS MÉDICOS E ENFERMEIROS QUE FALTAM?
Um ano depois de terem sido entregues 4000 assinaturas, no Ministério da Saúde, reivindicando a ampliação das actuais instalações do Centro de Saúde e a necessidade de colocar mais profissionais da saúde (principalmente médicos e enfermeiros), continua tudo na mesma. Um crescente número de utentes com dificuldades de acesso a cuidados de saúde. Utentes que, para debelar os seus problemas de saúde, gastam cada vez mais dinheiro (num período em que o rendimento das famílias diminui) nas alternativas de cuidados de saúde a que têm de recorrer nos sectores social e/ou privado.
Foram quatro anos de promessas não cumpridas. Alguns foram sendo embalados pela sucessiva marcação de datas, nunca respeitadas. O Ministério e a ARS foram dando desculpas umas relacionadas com a posse dos terrenos, outras com as dificuldades orçamentais. Depois prometendo um futuro radioso com as USF – unidades de saúde familiares – uma boa ideia não fora estar a ser aplicada em benefício de um quarto dos utentes à custa da degradação de outros serviços, nomeadamente aqueles que ficaram com menos médicos ou mesmo sem eles.
Não desistiremos até a população do Entroncamento ter resposta para as suas necessidades de cuidados de saúde. Mas desde já os habitantes do Entroncamento podem pensar em utilizar o voto, para protestarem com os responsáveis pela situação que se vive no Centro de Saúde, onde faltam instalações e recursos humanos.
A Comissão de Utentes da Saúde
do Médio Tejo
Entroncamento, 9.set.2009
In “O Almonda” de 4.9.2009
Quando se abre o guichet da marcação das consultas de recurso no Centro de Saúde de Torres Novas começaram os desentendimentos. “Eu cheguei primeiro”, “Não, não, eu é que cheguei cá primeiro. Estou cá desde as quatro da manhã e quando cheguei não a vi”, “Não me viu mas eu já cá estava, não tenho a culpa que não me tivesse visto”. Este diálogo aconteceu às 14horas de segunda-feira, dia 31 de Agosto, mas contaram os utentes a “O Almonda” que, infelizmente, há dias em que há desacatos ainda piores. As trocas de acusações são constantes, pois procura-se ter acesso a um bem precioso, os cuidados de saúde, que por estes dias vivem situações de racionamento.
De manhã só foram atendidas vinte pessoas, e por norma, à tarde, outras vinte. Mas no dia em que visitámos o Centro de Saúde de Torres Novas a médica tinha um compromisso à tarde e só podia atender quinze pessoas. Ora os ânimos das pessoas que ali se encontravam à espera ficaram ainda mais exaltados. A parca resposta do Centro de Saúde de Torres Novas está directamente relacionada com a falta de pessoal médico. Tem estado de serviço apenas um médico de manhã e outro de tarde. Este centro, que se ia remediando com o pessoal que tinha, viu a sua capacidade de resposta diminuir drasticamente no mês de Agosto. As razões para esta baixa na capacidade de resposta prendem-se com as férias dos médicos, o que para o utente do Centro de Saúde não pode servir de justificação e houve quem vociferasse, «Que façam escalas como as pessoas nas outras profissões», e outra pessoa logo acrescentou, «É uma falta de consideração tirarem férias nesta altura».
“O Almonda” falou com várias pessoas que reclamaram da situação vigente, mas que por receio de a sua indignação não ser bem recebida, optaram por não divulgar o seu nome. O Sr. X realizou a primeira tentativa no início da semana, indo para o Centro de Saúde às seis da manhã. Quando lá chegou já tinha vinte pessoas à sua frente. Às oito horas distribuíram as senhas para a consulta e já não conseguiu vaga para a manhã. Foi então informado de que teria de esperar pela médica da tarde, pois as senhas da manhã não são válidas para a tarde. Para ser atendido teria de continuar à espera, e como a vida profissional não lhe permitia isso optou por tentar noutro dia. No dia seguinte, uma sexta-feira, foi às 4h30 da manhã e já havia pessoas à sua frente, que haviam chegado às 2h30. A espera foi longa até às oito da manhã e felizmente, relatou, é Verão, pois se a situação fosse ao frio e à chuva seria muito pior. Dessa vez acabaria por conseguir a desejada consulta de recurso, pelas 9h30 da manhã.
Os utentes reclamam também porque as senhas não são dadas à medida que as pessoas vão chegando e argumentam, «Se nos dessem as senhas logo que chegamos escusávamos de estar aqui à espera o tempo todo», e outro logo acrescentou, «Isto não cabe na cabeça de ninguém. Há pessoas que estão aqui desde manhã cedo e só agora, à tarde, é que são distribuídas as senhas». Outra senhora, muito revoltada, aproveitou para acrescentar, «Estão aqui três idosos desde as 4 da manhã à espera e só agora é que vão ser atendidos, isto não se admite!», e o tom das reclamações aumentou, «Alguém tem de partir a corda! A culpa é da ministra. Isto não pode ser assim». Outro utente disse logo a seguir, «Há para aí tanta gente a precisar de trabalho… e para piorar a situação sei que o Dr. Eli também se reformou». Uma mãe, também revoltada com a situação, dava conta do seu desagrado por não ter conseguido marcar consulta, «Disseram-me para vir de tarde. Mas eu sou mãe e tenho de dar almoço aos meus filhos. Não posso vir para aqui antes das 14h. Tenho de lhes dar almoço». Uma professora reclamava por sua vez o limite de consultas da tarde (15), questionando, «Mas porque é que não fazem as reuniões fora da hora de consulta? Eu sou professora e é o que acontece no meu trabalho, não vamos prejudicar os alunos por causa das reuniões».
Por sua vez a médica procurou justificar-se perante os utentes, dizendo que com responsabilidade não poderia inscrever para as consultas mais de 15 pessoas.
Dizem os responsáveis pelo Centro de Saúde que o sistema vigente das senhas «é o melhor possível», e argumentam dizendo, «E se aparece um ou mais casos urgentes o que é que depois fazemos às senhas? Este é o melhor sistema, não há outro», declarou o Dr. Pedro Marques, director do ACES.
Luís Miguel Lopes
in "O Público"
A maioria dos seguros de saúde não cobrem as despesas ligadas a gripe A ou directamente ligadas à situação de pandemia, informou hoje o presidente da Associação Portuguesa de Seguradoras (APS), Pedro Seixas Vale.
"A maioria dos seguros de saúde não paga se essas situações e despesas estiveram directa e comprovadamente ligadas à situação de pandemia", explicou o presidente da APS num encontro com jornalistas.
Em Portugal havia no final de 2008 cerca de dois milhões de pessoas com seguro de saúde, de acordo com dados oficiais.
"Quando se faz um seguro tem de se saber o risco, já que é sobre o risco que se calcula o prémio" (preço) do seguro, justificou Seixas Vale.
Numa situação de pandemia, ou seja de situação grave de saúde pública que abrange um número alargado de pessoas, "não é possível calcular o risco, os custos prováveis".
Na última semana houve mais 380 casos confirmados de gripe A em Portugal, onde mais de 5 mil pessoas já foram infectadas.
Aos
Órgãos da Comunicação Social
Depois de quatro anos de promessas
CADA VEZ ESTÁ MAIS DIFÍCIL
O ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE NO MÉDIO TEJO
(vejam-se os exemplos de alguns Concelhos da Região do Médio Tejo)
De dia para dia chegam-nos cada vez mais relatos do agravamento das condições de acesso a cuidados de saúde. A milhares de utentes, principalmente nos Concelhos de Ourém, Torres Novas, Entroncamento, Constância e Abrantes foram, na prática retirados os cuidados de saúde de proximidade. Faltam os médicos e também cuidados de enfermagem. Algumas das instalações não correspondem às necessidades, como no caso do Entroncamento.
São dezenas de milhares que não têm médico de família e quando precisam de cuidados médicos têm de estar em filas de espera a altas horas da madrugada esperando por uma consulta de recurso, que nem sempre está disponível, como é expressamente reconhecido pelos Directores Executivos dos ACES do Médio Tejo.
Casos clínicos vulgares, por falta de assistência médica de proximidade e em tempo útil, tornam-se agudos obrigando a recorrer às urgências hospitalares (organizadas em função da poupança financeira) do CHMT, de onde chegam notícias do contínuo agravamento das listas de espera para consultas.
Nos últimos quatro anos assistimos ao anúncio de medidas que nunca se concretizaram, principalmente as boas – médico de família para todos os utentes, medicamentos em unidose, manutenção de instalações e ampliação de outras, órgãos de gestão que não funcionam... - e a tentativa de impôr soluções que não correspondem aos anseios das populações, como o encerramento de Extensões e serviços de saúde, a desarticulação do CHMT e a criação de novas taxas moderadoras e a redução da comparticipação nos medicamentos.
VIVEM-SE MOMENTOS HILARIANTES
Vivem-se momentos hilariantes. É dramática a falta de médicos e o Governo diz que há condicionalismos legais (que poderia alterar) para não contratar médicos reformados, que por sua vez já poderão vir a ser requisitados por causa da “gripe A”. Ao mesmo tempo, médicos são recrutados para Inglaterra através do site da respectiva Ordem. Falta contratar mais 30% de enfermeiros. Há aos milhares no desemprego. Não são contratados, mas a Ministra da Saúde vai de visita a Angola e diz que Portugal pode “exportá-los”. Os circuitos de informação institucional de comunicação com as populações deram lugar ao privilégio da informação partidária...
Chega-se ao ponto de haver quem manifeste satisfação por resolver num concelho o problema da falta de médicos à custa de ir buscar três clínicos ao concelho vizinho, onde existem Extensões sem médico e na Sede do Centro de Saúde, há dias em que se vive um autêntico caos por não haver consultas.
Parece valer tudo, menos satisfazer as necessidades dos utentes em matéria de cuidados de saúde.... Agora promete-se muita obra futura, mas embora se esforcem não têm obra feita para mostrar. Ainda por cima, apontam como desculpas situações que eles próprios criaram ou não resolveram, apesar dos sucessivos alertas dos utentes e seus representantes.
É hora de analisar o trabalho desenvolvido pelos que tiveram responsabilidades ao nível da saúde, no âmbito nacional, regional e local. É também hora de, eventualmente, votar em conformidade nos próximos actos eleitorais. Houve os que se demitiram, os que se calaram, os que cegamente disseram sempre “sim” fossem quais fossem as medidas, os que até afrontaram quem teve coragem de dizer que havia problemas e propôs soluções... e houve aqueles que de forma persistente e organizada sempre estiveram ao lado dos utentes.
UTENTES DEVERIAM SER INDEMNIZADOS
O Ministério da Saúde deveria indemnizar os utentes e familiares (pelos sacrifícios físicos, pelas horas perdidas; pelos gastos acrescidos no recurso a soluções no sector privado e social; pela aquisição de medicamentos sem comparticipação) e as empresas e os diversos serviços públicos que suportam a ausência dos trabalhadores por períodos que roçam o inaceitável, por falta de resposta em tempo dos serviços de saúde.
Ainda vão a tempo de minorar as dificuldades. Utilizem o poder e os recursos que têm e coloquem mais médicos e enfermeiros nas unidades de saúde. Dialoguem com as populações e os seus representantes para aproveitar propostas e sugestões e evitar decisões precipitadas.
A CUSMT, certa de que a saúde é o bem mais precioso do ser humano, faz votos para que o súbito interesse de alguns candidatos às próximas eleições (depois de silêncios comprometedores e complacentes), pela organização da prestação de cuidados de saúde não se fique pelo período da campanha eleitoral. Continuem a emitir opiniões no futuro e todos os dias. As populações agradecem.
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