Terça-feira, 26 de Agosto de 2014
Sexta-feira, 15 de Agosto de 2014
Resposta de um ENFERMEIRO à diarreia cerebral que "escorreu" de um ministro...
" Sr. Ministro, neste momento tenho 46,5 horas a mais do que deveria ter o que perfaz mais de 1 semana de trabalho extra nestes últimos meses. No entanto nestes últimos meses devem ter quase chegado a 100 horas a mais do que o horário normal de trabalho, escondidas nos pagamentos de horas extraordinárias que são engolidas e "roubadas" pelo aumento da tabela de IRS e pelos descontos/"roubos" introduzidos pela chamada "Troika"! Por isso não critique aqueles que continuam a dar tudo por tudo pelo SNS mas que por algum motivo precisam de um complemento extra no sector privado para fazer face por exemplo aos aumentos da electricidade, água e gás, o aumento das propinas dos nossos filhos universitários ou a ausência de respostas educativas para quem tem 1 filho com menos de 3 anos e tem de pagar 280 euros num creche que supostamente tem o apoio do estado... Sou daqueles que irá sempre defender o SNS, ele é neste momento a última barreira que defende o nosso povo... sei que a privatização é o caminho que os senhores querem mas que esbarram nas capacidades dos profissionais do sector público que resistem e sem recursos continuam a lutar por alguma qualidade dos cuidados de saúde ainda quase gratuitos... A Água está vendida não se sabe a quem, a Energia já foi vendida aos chineses mas a Saúde resiste porque terá sempre "soldados" que vêem no "campo de batalha" os despojos da banca e da troika: - a pobreza dos nossos idosos espelhada aos nossos olhos na suas casas a cair, sem água nem gás mas com um sorriso nos lábios porque somos a sua única visita durante todo o dia; - o doente crónico que de mês a mês é internado porque se acabou o dinheiro para aviar as receitas e entra em descompensação da sua saúde; - os idosos internados que não têm ninguém mas têm ainda os nossos cuidados e ao fim de alguns meses o sistema encontra uma resposta social; - os desempregados que com facies triste e desiludido relatam a sua história profissional, da fábrica que fechou e das dificuldades em encontrar outro trabalho; - as pessoas que recorrem ao Serviço de Urgência para dormir, tomar banho ou simplesmente tomar uma refeição quente. RESISTIR é a palavra que me ocorre para defender os "meus doentes", pegar na melhor "arma" que tenho, a qualidade do meu trabalho e continuar a batalhar pela SAÚDE do meu País! A Qualidade desta arma está à venda e as melhores "peças" estão a ser dadas ao estrangeiro que paga 3 e 4 vezes mais por esse trabalho reconhecendo a sua qualidade e a sua mais valia... Mas enfim, tudo isto o Sr. Ministro já sabe... Não importa as Noites sem dormir e sem descanso no dia a seguir... Não importa o Natal, Passagem de Ano, Páscoa, etc que não passo sem a minha Família... Não importa os turnos que nos descontrolam o corpo e a mente e às tantas já não sabemos que hora e dia estamos... Não importa o baixo salário... Não importa a ausência que a Família sente... Não importa as 3 hérnias que a minha coluna ganhou nestes anos de trabalho... Não importa que ao fim de 12 anos de serviço ganhem muito menos do que no primeiro dia... O que importa e é importante é a pessoa de quem Cuido... e por ele e pelo SNS vou até à Lua Já sabe portanto que sou ENFERMEIRO com muito Orgulho! E continuarei a sê-lo enquanto o trabalho não me Matar! Esqueci-me de uma coisinha Sr. Ministro... as tais 100 horas a mais de que lhe falava à pouco, lembra-se? nem sequer tiveram a amabilidade de perguntar se as queria fazer...simplesmente aparecem no horário de trabalho e tenho de aguentar...faz-lhe lembrar algo Sr. Ministro? Muito mais poderia ser dito mas aqui fica o registo para memórias futuras. Obrigado pela sua atenção. Pedro Malaca"
Quinta-feira, 14 de Agosto de 2014
15 minutos
«Se as consultas demorassem só 15 minutos, não havia falta de médicos de família», titulava o Público na semana passada. Quase que apetece dizer que se não houvesse utentes também não faltavam médicos e se não houvesse portugueses até escusavam os senhores de se incomodar a fazer estas contas tontas de sumir. A notícia vem a propósito de uma auditoria aos serviços de saúde realizada pelo Tribunal de Contas e divulgada na semana passada, que conclui que bastaria reduzir o tempo médio das consultas nos centros de saúde dos actuais 21 para 15 minutos para se conseguirem fazer mais 10 milhões de consultas. É óbvio que estas são contas que não se baseiam na realidade. Quantas vezes não acontece a maior parte do tempo das consultas ser gasto com o médico a debater-se com a dramática falta de meios materiais e humanos dos centros de saúde – seja um computador que funcione, pilhas no aparelho de medir a tensão ou aceder ao processo do utente? E em quantos centros de saúde do nosso País, nomeadamente os transformados em Unidades de Saúde Familiares, é que as consultas já são marcadas a intervalos de 10 minutos? Aliás, com o sucesso expectável: em muitos casos, 10 minutos não dá nem para utentes mais frágeis, como as crianças ou os idosos, explicarem ao que vão. A auditoria do Tribunal de Contas contém, no entanto, alguns elementos de diagnóstico da situação da saúde em Portugal que importa reter: em 2012, um quarto dos portugueses não tinha médico de família – e dois anos de política das troikas depois, a proporção só há-de ter piorado; a falta de outros profissionais nos cuidados de saúde primários (enfermeiros, administrativos, outros profissionais de saúde) deixa ainda menos tempo aos médicos para exercerem o seu papel; a decisão de eliminar das listas de utentes todos os que não contactem o centro de saúde no prazo de três anos revelou-se desadequada. São constatações óbvias, que qualquer utente do Serviço Nacional de Saúde está em condições de fazer, mas que têm o crédito de trazer a chancela da auditoria. Acrescente-se-lhe uma política de pessoal desastrosa, cortando salários e destruindo carreiras, empurrando os mais velhos para a reforma e impedindo a fixação e formação de jovens, e fica o quadro completo. Mantendo a mesma política, mais dia menos dia chegará novo estudo a propor reduzir as consultas para três minutos por década para cada português. (Margarida Botelho)
ACTUALIDADE – Maria dos Anjos Esperança, Delegada de Saúde, explica causas e sintomas do Ébola
Perto de mil pessoas já morreram na sequência daquela que já foi considerada como a epidemia de Ébola mais grave de sempre. Nestas contas trágicas entram, ainda, cerca de dois mil infectados, números recentemente divulgados pela Organização Mundial de Saúde.
Este surto está já designado como «emergência de saúde pública de interesse internacional» ainda que Portugal, pelo menos até agora, esteja longe do foco principal, sendo que a epidemia teve lugar no continente africano. No sentido de tentar perceber aquilo que está em causa, a Hertz falou com Maria dos Anjos Esperança, Delegada de Saúde, que começou por falar dos sintomas e da origem do Ébola: «Não temos vacina para este vírus, nem qualquer soro que sirva de protecção. As pessoas devem ter a noção de que o facto de estarem ao pé de pessoas ou em locais afectados com o Ébola não signifiquem que apanhem o Ébola... é necessário haver contacto com líquidos orgânicos de pessoas que estejam doentes, como suor, saliva, sangue, urina, fluídos vaginais ou esperma. Mas só o facto de estarmos ao pé dessa pessoa sem lhe tocarmos não faz com que tenhamos a doença. É uma doença que tem período de incubação que pode ir até às três semanas mas é um vírus que se elimina muito facilmente com a utilização de sabão, lixívia e até a própria acção solar, ou seja, o vírus sobrevive muito pouco tempo em superfícies expostas ao sol». Maria dos Anjos Esperança confirmou, efectivamente, que a doença pode ser contraída na sequência de contactos com animais, casos de macacos ou morcegos, sendo que, em Portugal, sublinhou a Delegada de Saúde, não há registo para um caso sequer: «Também se pode apanhar a doença em contacto com animais vivos ou mortos. Pensa-se que os animais podem ser portadores do vírus que, curiosamente, não faz mal aos próprios. Mas ou porque as pessoas foram mordidas ou comeram carne desses animais, esse vírus faz mal à pessoa. Portugal não está afectado por caso algum por enquanto e os serviços de saúde estão bem apetrechados e os canais para onde se devem dirigir as pessoas que podem estar infectadas estão bem canalizados. Há ainda o 808 24 24 24 da Linha de Saúde 24, que indica todos os cuidados a ter».
TOMAR – Politécnico e Centro Hospitalar do Médio Tejo entre os incumpridores da Lei dos Compromissos
O Instituto Politécnico de Tomar e o Centro Hospitalar do Médio Tejo estão em incumprimento com a Lei dos Compromissos. No caso do IPT está em causa o mês de Junho, enquanto no CHMT esta é uma situação que já se regista há mais tempo. Aliás, já em Março, tendo por base os dados disponibilizados pela Direcção-geral do Orçamento, havia registo para compromissos financeiros assumidos superiores aos fundos disponíveis.
Nas três últimas avaliações - Abril, Maio e Junho - o Centro Hospitalar não efectuou o reporte de fundos disponíveis, tal como é exigido pela Lei em causa, ou seja, há a obrigatoriedade de todos os organismos da administração central, regional e local na apresentação mensal de contas. A propósito da situação do Instituto Politécnico de Tomar, a Hertz tentou obter uma reacção de Eugénio de Almeida, presidente da entidade, mas o mesmo está em gozo de período de férias. No entanto, por intermédio do Gabinete de Comunicação e Imagem chegou a justificação de que o IPT faz parte da citada lista face à reposição de salários conforme deliberação do Tribunal Constitucional.
Quinta-feira, 7 de Agosto de 2014