Nota da CUSMT:
Com privatizações/concessões de serviços públicos a entidades privadas, quem sofre são sempre os utentes.
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Exclusivo Rádio Hertz: Cerca de três dezenas de médicos estão em vias de rejeitar prestar serviço nas urgências dos hospitais de Tomar e Abrantes por, alegadamente, terem salários em atraso. Por aquilo que a nossa redacção apurou, os profissionais em causa estão dispostos a não comparecer ao serviço na transição do dia 31 de Outubro para 1 de Novembro, ou seja, a partir da meia-noite, o que causaria enormes transtornos nas urgências. Outro cenário que se coloca, admite a nossa fonte, é de que este protesto decorra de segunda para terça-feira próximas «para não comprometer o atendimento durante o fim-de-semana». Importa sublinhar, antes de mais, que os médicos que pertencem aos “quadros” não têm vencimentos em atraso, por isso estão em causa os profissionais contratados por empresas que prestam este tipo de apoio. Ainda assim, sublinhou a nossa fonte, o protesto iria fazer com que a urgência «ficasse em ruptura», com as agravantes que daí poderiam surgir na prestação de cuidados aos cidadãos que necessitarem.
Ainda segundo aquilo que a Hertz apurou, a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo foi avisada, por mail, desta acção de protesto e tem, nessa medida, até ao final desta sexta-feira ou, no mínimo, garantir que paga até segunda para evitar este “confronto”. Quanto aos ordenados em atraso, estão em causa dois… mais dois. Ou seja, é normal, para estes profissionais, que o salário seja liquidado com dois meses de atraso. A dita anormalidade aqui é que em cima desses dois já estão outros dois, ou seja, quatro. Refira-se que o protesto não se estende aos médicos do Hospital de Torres Novas uma vez que o contrato para aquela unidade é diferente.
A Hertz já direccionou um pedido de esclarecimentos para a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo pelo que, a todo o momento, contamos receber uma resposta sobre aquilo que está a acontecer nos hospitais de Abrantes e de Tomar.
É um exercício interessante ler o Inventário dos Profissionais e o Balanço Social Global do Ministério da Saúde (MS) e do SNS de 2014, divulgados em simultâneo. Comprova como o MS maltrata as estatísticas!
Logo no início do comunicado público do MS é afirmado que para o grupo dos médicos existiu, entre 2013 e 2014, um acréscimo de 10,3%, o que corresponderia a mais 929 médicos, num total de 29 642 profissionais no ativo em dezembro de 2014, e que o Balanço Social de 2014 confirmava os dados, verificando-se o aumento de 1% na carreira médica.
É engraçado como, demonstrando os níveis intelectuais não muito primorosos que grassam pelo MS, quem redigiu o comunicado pareceu achar que 1% confirmava 10%, não reparou que os 10% afinal são apenas 3% e nem sequer tentou explicar as labirínticas diferenças de percentagens (reproduzidas sem crítica pela Comunicação Social...).
Estranhamente, o número de 29 642 médicos no ativo, referido no comunicado oficial, corresponde, no Inventário, não ao número de médicos mas sim ao número de empregos, pois muitos médicos trabalharão em mais do que um local do SNS, como, por exemplo, nos hospitais e no INEM; no quadro 4 do Inventário, referente ao número real de médicos (pessoas, não empregos) no SNS, surge o número de somente 26 960, dois quais 8515 são internos da especialidade e 18 445 são especialistas. Uma diferença de menos 3000... No comunicado público, o MS coloca não o número real de médicos no SNS, mas sim o número de empregos médicos (sem explicar a que correspondem), para empolar a mensagem transmitida! Primário. Mas engana toda a gente. Afinal, não existe aumento de 10,3%...
No mesmo comunicado, misturando as palavras especialista e área de especialidade, o MS tenta passar a ideia que o número de especialistas aumentou nas especialidades mais carenciadas e que o Ministério fez um grande esforço para esse aumento. Mas será mesmo verdade? Não!
Se analisarmos o Inventário referente ao ano de 2011, no quadro 2 está plasmado que o número de médicos (pessoas) era de 25 451, dos quais 6728 internos e 18 723 especialistas. Conclusão: de 2011 para 2014, o número de médicos especialistas no SNS, que dependiam de contratação do MS, diminuiu em 278 (menos 1,5%) e o número de internos, que o MS era obrigado a contratar por causa da formação, aumentou 21%.
O número de horas médicas prestadas no SNS terá aumentado, segundo a ACSS, mas é devido às horas de internos, não de especialistas, cujas horas diminuíram, até porque muitos especialistas têm redução de horário. A falta de contratação de especialistas, que saem para o setor privado, emigração e reformas, é uma das razões para os problemas de resposta do SNS.
Muito mais haveria a dizer sobre as estatísticas e os relatórios do MS, mas falta espaço. A mostra é suficiente para provar que não são confiáveis.
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