Terça-feira, 31 de Janeiro de 2017

Sobre as urgências no Médio Tejo

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Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017

Vamos mehorar as urgências!

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Reunião da Comissão de Utentes, a 2 de Fevereiro

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Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2017

Sem trabalhadores empenhados não há SNS de proximidade e qualidade.

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Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2017

19 jan: Reunião CUSMT (sempre aberta a quem queira participar)

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Em OURÉM, 24 e 25 de Janeiro

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Domingo, 8 de Janeiro de 2017

Decisões da primeira reunião da CUSMT em 2017

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in Diário Notícias 29.12.2016

"Os centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como eletrocardiograma, raio-X"

Há dez meses a presidir à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que tem 22 unidades hospitalares, Rosa Matos adianta que está a estudar as características dos maiores frequentadores de urgências.

Iniciou a sua gestão após a morte de um jovem no hospital de S. José por alegada falta de cirurgia. Foi um teste?

Esse processo foi complicado. A urgência metropolitana de Lisboa está a correr muito bem. Há uma escala entre quatros hospitais - centros hospitalares Lisboa Ocidental, Central, Norte e Garcia de Orta - que permite uma cobertura total para o aneurisma roto. Nos primeiros nove meses assistiram 113 doentes com suspeita de aneurisma roto e 294 doentes com AVC esquémico.

As urgências dos hospitais começam já a registar maiores tempos de espera. Como está a correr o plano de contingência?

Estamos com alguma pressão em termos das urgências hospitalares. Começava por fazer o apelo às pessoas para que liguem primeiro à Saúde 24 e depois recorram aos centros de saúde. Já temos horário alargado em 31 centros de saúde até às 22.00 ou 24.00. Tem havido uma campanha local muito ativa junto da população, a dizer que o centro de saúde está aberto. E se o seu não estiver aberto, haverá outro que estará e com menos tempo de espera. Também alargámos o horário ao fim de semana. Temos 46 centros de saúde abertos ao fim de semana (ao sábado estão quase todos, ao domingo só cerca de 30 é que estão). Se necessário estamos preparados para alargar mais o horário.

E nos hospitais?

Relativamente aos hospitais foram reforçadas as equipas das urgências. No internamento estamos, em quase todos, com aumento de camas. O plano começou a ser trabalhado em junho. Estava previsto o aumento de mais 700 camas em toda a região. Temos também camas sociais que podemos ativar e a rede de cuidados continuados, que também cresceu 223 camas. Tenho percorrido as urgências e a nossa população está cada vez mais envelhecida, mais sozinha. A saúde não pode carregar sozinha este processo. Tem de haver uma boa articulação com as famílias, é preciso envolver a Segurança Social, as instituições de solidariedade social para podermos cuidar das pessoas.

Quantas camas a mais de internamento já abriram?

Já abrimos mais de 50% das camas. Só nos centros hospitalares Lisboa Norte e Lisboa Central temos à volta de 300 camas. Já abriram cerca de 80 cada um. Quase todas as semanas abrimos camas nos vários hospitais.

É também um reflexo do abandono de idosos?

Penso que é um bocadinho de tudo. Por isso dizia que temos de trabalhar com as famílias e as instituições. É muito importante a prevenção da doença e a promoção da saúde. Temos de educar as pessoas a terem cuidado com a sua própria saúde. Obviamente que esta altura do Natal traz sempre - é de há anos e quando trabalhei no Alentejo isso já acontecia - algum abandono dos idosos nas urgências. É uma realidade, não podemos tapar o sol com a peneira.

Como é que os serviços e a ARS se podem conjugar com a Segurança Social?

Foi das primeiras coisas que fiz: reuni com os três coordenadores regionais da Segurança Social. Na península de Setúbal estamos a fazer um trabalho muito interessante. Se trabalharmos em conjunto e cada um fizer o que lhe compete - o problema é que muitas vezes queremos fazer o que o outro está a fazer - de certeza que irá correr bem. Estamos a trabalhar com a Câmara de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia num projeto piloto para fazer esta articulação: equipas de cuidados domiciliários da saúde e equipas domiciliárias das outras duas entidades.

É possível dar a resposta que as pessoas precisam nos centros de saúde?

Temos de tornar os centros de saúde mais acessíveis e mais resolutivos. Quero ir e resolver a minha situação. Os centros de saúde têm de ter alguns meios complementares de diagnóstico para poderem ter uma resposta mais imediata, como análises clínicas, eletrocardiograma, espirometria, raio-X. Estamos a pensar criar quatro centros de saúde piloto nesta área. Já temos raio-X montado a funcionar em Sete Rios (Lisboa), um em Setúbal e vamos montar rapidamente um na Amadora e outro na zona do Barreiro. Espero no prazo de três meses estar a avaliar.

Qual é o investimento para este projeto piloto?

Não queria apontar um valor, mas não será muito elevado. Não será mais de 120 mil a 130 mil euros. Queremos ir ao encontro das necessidades das pessoas. Os centros de saúde, na maioria, estão fechados ao fim de semana. Temos de alterar essa filosofia, porque também adoeço ao sábado e domingo. Penso que em 2017 já deveremos ter algumas experiências. É preciso perceber o que a população precisa e é esse trabalho que gostaria que a ARS tivesse, de planeamento e de reorganização. Estamos a falar de consultas programadas que dão acesso ao seu médico de família.

Não é estranho que hospitais da região de Lisboa tenham dificuldade em contratar médicos?

Este ano abriu o maior número de vagas para médicos de família - foram 175 vagas - preenchemos 109 vagas. O mesmo se passa nos hospitais. O importante é referir que de 2015 para 2016 em toda a ARS tivemos cerca de mais 900 profissionais de saúde. Há sempre algumas especialidades com mais falhas, sítios onde não temos obstetras, outros onde pode haver menos anestesistas, mas o bolo global é que houve um aumento de recursos. Tem havido um grande empenho junto das administrações para que o reforço seja feito. Temos nos cuidados de saúde primários 80 reformados.

É a falta de médicos de família e a incapacidade dos centros de saúde de dar uma resposta tão imediata que tem levado a que as pessoas se dirijam primeiro às urgências?

Não podemos reduzir a ida aos hospitais apenas neste dois fatores. Claro que eles têm uma parte de responsabilidade. Temos de reforçar, como disse, os cuidados de saúde primários com médicos de família e outros profissionais. Temos médicos dentistas, psicólogos, equipas multidisciplinares que queremos aumentar. E aumentar acessibilidade para que as pessoas se habituem a ir ao seu médico de família.

Que outros fatores pesam?

Quem vai à urgências é uma população muito envelhecida, que quer fazer exames como TAC ou RM, que quer ver a sua situação resolvida. É preciso educar a população. Temos uma grande afluência ao serviço de urgência que temos de trabalhar. Um estudo que pedi, e que fizemos em três ou quatro hospitais, os grandes frequentadores das urgências são geralmente os grandes frequentadores dos centros de saúde. O trabalho que agora estamos a fazer é perceber as características e o que as leva a recorrer aos dois sítios.

Os três novos hospitais para a região vão ser impulso importante para aumentar a resposta?

Temos uma equipa técnica criada pelo Ministério da Saúde e estamos a desenvolver os três processos paralelamente. Sintra e Seixal essencialmente virados para o ambulatório, mas também com algumas camas de cuidados continuados.

Lisboa Oriental vai ajudar a melhorar resposta e quanto vai poupar já que os edifícios do Lisboa Central estão vendidos?

Com a construção do novo hospital vai ser preciso reorganizar este parque de saúde que Lisboa tem. Deverá ser trabalhado com serenidade, com transparência de maneira a que quando chegarmos ao novo hospital todo o processo decorra com a calma necessária, tendo em vista que para os profissionais será melhor e para os doentes também.

Fará sentido manter uma unidade a funcionar no centro de Lisboa [ao todo, encontram-se na região 22 unidades hospitalares], onde a população está envelhecida?

Penso que poderá ser estudado e ser uma hipótese a considerar. Todas as pessoas que fazem parte do grupo de trabalho conhecem bem a população e se for necessário, será acautelado.

Há queixas de tempos de espera relacionadas com exames. Quais os equipamentos em falta e a necessidade de investimento?

Temos um levantamento feito, que ronda à volta dos 40 milhões de euros. Nesta altura já abriram fundos estruturais da Saúde 2020. Temos 19,5 milhões para os hospitais concorrerem. São algumas substituições de equipamentos obsoletos como TAC, ressonância magnética, outros aquisições de raiz.

Porque é que ainda faltam rastreios na região?

Já temos algum trabalho na área da teledermatologia e no primeiro semestre de 2017 penso ter toda a ARS coberta com este rastreio. A espera, no máximo, para uma consulta é de seis dias. É um bom exemplo de como com pouco dinheiro se pode fazer mais e melhor pelas pessoas. Temos também a retinopatia diabética que estamos a fazer com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e que estamos a alargar com meios próprios. No primeiro semestre de 2017 estará em todos os 15 agrupamentos de centros de saúde (ACES). Já temos rastreio da mama em quatro ACES (Lezíria, Médio Tejo, Oeste Norte e Estuário do Tejo) e vamos alargar a cobertura. Neste momento fazemos muito rastreio casuístico na mama, colo do útero e cólon e reto. Pretendemos que seja um rastreio com base populacional. Fica o compromisso da minha parte que os vamos iniciar durante 2017.

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Domingo, 1 de Janeiro de 2017

Opinião: sobre o SNS

SNS 2016 – uma aspirina para tratar um cancro

Jorge Seabra

Jorge Seabra

 
 

Em Portugal, a mudança na Saúde não começou logo depois dos cravos, e o panorama, um ano depois de Abril, era semelhante ao que existia dez anos antes, com a maioria da população pobre e desprotegida num país com indicadores «africanos», próprios do mundo mais subdesenvolvido.

A revolução na Saúde só começou em 1976, com o Serviço Médico à Periferia, que constituiu o verdadeiro arranque do Serviço Nacional de Saúde (SNS) antes da lei que o instituiu (sem menorizar a importância da sua promulgação nem o papel do seu autor), levando a mudança ao Interior do país, onde o prestigiado «João Semana» era, para os corpos corroídos pela doença e pela fome, a única vaga esperança de assistência.

Atacado desde o seus primórdios, a vontade de todo um povo em construir uma pátria sua e uma vida melhor fez com que, em década e meia, o SNS arrancasse Portugal da cauda do mundo, situando-o, quanto a indicadores de Saúde, no grupo dos países mais avançados, no dealbar do novo século (12.º do mundo em 2001, segundo a Organização Mundial de Saúde).

Esse feito espantoso, pouco valorizado nos média, foi possível no quadro da democratização dos seus órgãos de gestão (eleições para as Administrações e Direcções Clínicas) e com o desenvolvimento das Carreiras Médicas que asseguravam a colocação e a progressão nos diversos graus e cargos através de concursos com avaliação inter pares, num ambiente de estabilidade e de formação e especialização continuadas.

«Atacado desde o seus primórdios, a vontade de todo um povo em construir uma pátria sua e uma vida melhor fez com que, em década e meia, o SNS arrancasse Portugal da cauda do mundo»

 

Assegurou-se, na realidade e não em slogans, a prioridade aos objectivos clínicos «centrados no doente», abriram-se novas carreiras de médico de família e de saúde pública, impulsionou-se a progressiva fixação no SNS promovendo o estatuto voluntário de dedicação exclusiva, proporcionou-se a diferenciação das equipas e o desenvolvimento do trabalho multidisciplinar planeado e assente em projectos e objectivos de médio e longo prazo que a estabilidade profissional garantia.

O trabalho hospitalar, como o da medicina preventiva e dos cuidados primários nos Centros de Saúde, passou a ser integralmente assumido pelo quadro clínico dessas instituições, assegurando coerência técnico-científica, formação e continuidade, raramente necessitando de apoios externos, sempre olhados como transitórios, aguardando o alargamento do quadro definitivo. O acesso ao SNS tornou-se verdadeiramente universal e gratuito, não existindo quaisquer taxas «moderadoras» ou outras.

Assim se deu, simultaneamente, o progressivo assalariamento e funcionalização dos médicos, tornados inevitáveis pela evolução técnica, multidisciplinaridade e investimento financeiro crescentes, num quadro socialmente prestigiado, cujos direitos e dignidade o Estado assegurava.

Ganhava-se menos na «pública» do que na «privada», que tinha melhor hotelaria (havia bastantes hospitais públicos velhos e sem condições), mas era muito menos diferenciada. Era, contudo, no serviço público que a formação, a diferenciação e realização profissionais se encontravam asseguradas, constituindo o primeiro e principal «emprego» onde a estabilidade e a progressão por antiguidade e mérito se realizavam, e a pensão garantia tranquilidade no futuro.

Aos poucos, o tradicional modelo horário vindo da assistência caritativa das Misericórdias, onde os médicos trabalhavam «à borla» de manhã para, depois, irem «ganhar a vida» nos consultórios à tarde, começou a ser substituído por um tempo mais alargado no serviço público, com o apoio de administradores de carreira que se constituíam «parceiros» na ajuda à actividade clínica, empenhados não em números e estatísticas, mas em resolver os problemas que dificultavam a prestação dos cuidados a que os cidadãos tinham direito.

Contudo, logo que os partidos do «arco do poder» (PS, PSD e CDS) conseguiram travar o impulso revolucionário e participativo da «populaça» e se sentiram mais fortes reduzindo a democracia à mera captação do voto, os problemas inerentes ao próprio crescimento do SNS que necessitavam de solução (facilidade de acesso, listas de espera cirúrgicas, ligação dos cuidados primários com os diferenciados) deixaram de ter a necessária resposta por parte dos responsáveis governamentais.

Foram esses partidos que concertaram um acordo estratégico de (neo)liberalização da economia onde a privatização da Saúde, à «americana», e a sua entrega a grandes grupos financeiros, constituía uma parte do bolo que iria encher os bolsos dos regressados «velhos» senhores da indústria (Mellos, Espírito Santo e companhia), apostados neste novo negócio feito à sombra do Orçamento.

Propagandeado e repetido até à exaustão o argumento falsamente «neutro» de não haver dinheiro que chegasse (em tempos agora considerados «de vacas gordas»), primeiro com pezinhos de lã e depois atacado por todos os lados, o SNS viu, nas últimas décadas, o seu financiamento diminuir em valor relativo e até em absoluto (926 euros per capita em 2005, 921 euros em 2014 – Pordata), as administrações e chefias sequestradas pelos partidos do poder, o trabalho clínico emperrado por uma crescente administrativização e burocracia, a sua informatização alvo de negócios escuros e desviada de objectivos assistenciais, os gastos (em tempo e dinheiro) no controlo numérico da «produção» e em contratos externos a explodirem, as suas listas de espera canalizadas para «a privada», os seus trabalhadores desrespeitados com mais precariedade, mais horas de trabalho e menos salários e pensões, os seus serviços desnatados dos quadros mais diferenciados, o ensino e formação sacrificados ao «desempenho» e às suas criativas estatísticas.

«Foram esses partidos [PS, PSD e CDS] que concertaram um acordo estratégico de (neo)liberalização da economia onde a privatização da Saúde, à "americana", e a sua entrega a grandes grupos financeiros, constituía uma parte do bolo que iria encher os bolsos dos regressados "velhos" senhores da indústria»

 

O acesso ao SNS passou a ser pago por taxas pseudo «moderadoras» cada vez mais caras, impondo a dupla tributação de um serviço já pré-pago pelos impostos, alargando o seu âmbito a consultas e exames que os cidadãos não podiam moderar, configurando um inconstitucional co-pagamento e desviando recursos humanos necessários à actividade clínica para a sua cobrança.

A imagem e prestígio do SNS foram alvo de uma campanha mediática que o pôs constantemente em causa em comentários e notícias que repetiram até à náusea as suas reais ou inventadas insuficiências, não para as resolverem dentro do âmbito público, mas para desviarem os possuidores de seguros (tornados obrigatórios para empréstimos bancários) e as camadas com mais posses para a medicina privada, com o maior caudal entregue aos grandes grupos financeiros, cujos lucros na saúde engordaram a taxas de dois dígitos ao ano (a Luz Saúde, ex-BES Saúde, teve um crescimento de 20,3% de resultados líquidos em 2015), aumentando de instalações, camas e «quota de mercado».

O ataque ao SNS, estrategicamente desenvolvido pelo «centrão» dos interesses em nome da «eficácia», «modernização» e «aperfeiçoamento», conseguiu impregnar o serviço público com a pior lógica de «empresarialização» e «lucro» da medicina privada, levando à sua desumanização e degradação, fazendo com que começasse a ser percebido como uma alternativa de segunda, mais demorada, mais fraca e mais reservada «aos pobres».

O SNS perdeu terreno para os hospitais e clínicas privadas, que floresceram com anúncios alegres e cheios de frescura por todo o lado, transmitindo uma imagem de melhor e mais rápido atendimento, o que, por vezes, até se confirma (principalmente nos casos clinicamente menos graves e exigentes), à medida que os serviços públicos entopem com as tropelias que lhes fazem, por muitos ingenuamente encaradas como mera incompetência ou míope economicismo da Tutela.

Mas uma das maiores derrotas do SNS é o esquecimento ou abdicação dos cidadãos mais velhos do que ele representou como construção de um país melhor, e o desconhecimento dos mais novos do que significa como direito de cidadania a cuidados humanizados e de qualidade, uma vez que já o encontraram diferente, inquinado e corrompido. É também o esquecimento ou o desconhecimento das novas gerações de médicos e de outros profissionais da Saúde das virtudes da gestão democrática, da segurança das carreiras, da igualdade de salários nos diversos graus e cargos, sem a pulverização de contratos individuais e de empresas, sem o fatiamento em departamentos sem sentido, sem formas de gestão autocráticas e abusivas, sem escolhas partidárias para cargos e chefias.

Não sei se, como afirmou o ministro da Saúde na véspera deste Natal numa visita ao Hospital Pediátrico de Coimbra (agora tratado como simples «departamento pediátrico»), o SNS ainda «é um dos melhores serviços públicos de Saúde». Mas, se não é, já foi. Antes de os governos do PS, PSD e CDS das últimas décadas, que tanto o elogiavam, o terem atacado.

«Mas uma das maiores derrotas do SNS é o esquecimento ou abdicação dos cidadãos mais velhos do que ele representou como construção de um país melhor, e o desconhecimento dos mais novos do que significa como direito de cidadania a cuidados humanizados e de qualidade»

 

A manutenção do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e do seu presidente, nomeados pelo governo de Passos Coelho e responsáveis por graves agressões ao SNS, de que se destaca a forçada «fusão» dos hospitais de Coimbra com esventramento do Hospital dos Covões, é uma marca ilustrativa da pequenez da «mudança» e da força da «continuidade» do novo ministro e da sua equipa, neste ano de 2016 quase a terminar.

Entre outros desastres e obras de fachada, o CA dos CHUC – que chegou a concorrer à gestão de um hospital na Argélia e perspectivou «novas unidades satélite do CHUC além-fronteiras» – anunciou, em Maio de 2013, a abertura de «um pioneiro Centro de Ensaios Clínicos», notícia que mereceu a maior atenção das televisões e dos jornais.

Inaugurado um ano depois (Maio 2014), com um ainda maior impacto mediático e as presenças do ministro Paulo Macedo, de secretários de Estado, directores gerais e de que quatro prémios Nobel (!), «o primeiro centro nacional para ensaios clínicos – fase I», como os que «existem na Europa, nos grandes hospitais de ponta, de grande inovação» – nas palavras do Dr. José Nunes, presidente do CA dos CHUC –, constituía «uma grande iniciativa pioneira e rentável», que dava aos CHUC «uma maior visibilidade nacional e internacional no âmbito da investigação clínica», proporcionando ainda a assistência «a um número cada vez maior de nossos doentes, que passará a dispor dos mais recentes inovações em termos de medicamentos, dispositivos médicos e tecnologias da saúde».

Ora, sem querer discutir eventuais vantagens da «turbinagem de conhecimentos» que, no palavroso enunciado do presidente do CA, o «Centro de Ensaios – fase I» iria proporcionar, a verdade é que tal centro não viu até hoje ensaio nenhum, ocupando, há mais de dois anos, uma enfermaria «desactivada» do Hospital dos Covões, que continua deserta e fechada, mantendo a desbotada placa de inauguração à porta, ensaiando apenas o escandaloso silêncio do vazio.

Este é apenas um exemplo da realidade discursiva e oca que faz as páginas dos jornais e inspira o empreendedorismo bacoco de muitos «gestores» do SNS, que parecem mais preocupados com «as oportunidades de negócio» e a «boa imagem» do que com a nobre missão de assistência aos cidadãos.

Não basta, por isso, desbloquear alguns contratos, alargar alguns benefícios, tornar menos abusivas algumas taxas «moderadoras», melhorar alguns horários, prometer algumas obras (como a nova maternidade em Coimbra), para fazer reverter as sequelas das dolosas medidas tomadas nas últimas décadas contra o SNS.

É preciso uma ruptura com a política de destruição neoliberal do SNS e as suas manifestações ideológicas, que favorecem a grande privada e as Parcerias Público-Privadas que lhe sugam os recursos.

Não chega uma aspirina para tratar um cancro destes.

2017!

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Reunião Comissão de Utentes: aberta à participação de todos os interessados

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