CUIDADOS DE SAÚDE NO MÉDIO TEJO
Tarefas imediatas, preparar o futuro
A prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo, como em todo o País e no mundo, viveu situações de extrema exigência. Embora com percalços tem de se reconhecer que os serviços públicos de saúde (e outras entidades) estiveram à altura para minimizar e/ou debelar muito do sofrimento imposto pela pandemia COVID-19.
Aproxima-se o fim do plano desconfinamento. Por isso para além da vacinação que tem de ser acelerada e dos cuidados de prevenção em relação à COVID-19, a comunidade em geral tem de assumir o retomar de toda a sua actividade social, económica e, também, na prevenção e na prestação de cuidados a toda a população.
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo não foge às suas responsabilidades para com a população e, por isso, salientando a necessidade do reforço do SNS e a defesa de cuidados de saúde de qualidade e proximidade, apresentamos, entre outras, as seguintes propostas:
PANDEMIA COVID-19 e VACINAÇÃO
A pandemia está, principalmente a nível mundial, longe de estar controlada. Em Portugal e no Médio Tejo, os dados indicam-nos melhorias quer no número de infectados quer no número de óbitos. Para tal contribuiu a adopção de medidas de prevenção (algumas impostas) e também a vacinação que, ao sabor das vacinas disponíveis vai cumprindo objectivos. Mas as novas variantes que vão aparecendo e abrandar de alguns procedimentos de segurança sanitária poderão levar a fenómenos de recrudescimento, pelo menos localizados, da COVID-19. Agora, é fundamental que se dê atenção às sequelas de quem já teve a doença.
SAÚDE PÚBLICA
Os níveis de saúde das populações é tanto maior quanto mais eficazes forem as acções de prevenção e a adopção de boas práticas de vida, nomeadamente pelo exercício físico, a alimentação, a recusa de dependências, a segurança rodoviária, o conforto térmico… As vantagens não são só para o bem-estar das pessoas, mas tem ganhos materiais e financeiros para o SNS. Urge, portanto, dotar os serviços de saúde pública de meios materiais e humanos para que cumpram a sua missão.
CUIDADOS PRIMÁRIOS/CENTROS DE SAÚDE
Defendemos serviços de proximidade e qualidade. Para além dos indispensáveis recursos humanos (assunto tratado em baixo), defendemos: a reabertura das Extensões encerradas ou sem funcionamento; a aquisição de Unidades Móveis de Saúde; a instalação dos prometidos Consultórios de dentista; mais Unidades de Cuidados à Comunidade; extensão de horários em pelo menos uma Unidade de Saúde por concelho; nova Sede do ACES MÉDIO TEJO, por exiguidade das actuais instalações, em Riachos; redução drástica do tempo que medeia a apresentação de projectos de instalações (novas ou requalificações) e equipamentos e a sua utilização por profissionais e utentes; adopção de regras de funcionamento similares para UCSP e USF; recuperar progressivamente o acompanhamento de todas as patologias não-covid e incentivar os rastreios e o Plano Nacional de Vacinação; internalização progressiva dos MCDT;…
CUIDADOS HOSPITALARES
As urgências hospitalares são o fim da linha para muitos problemas de saúde e até sociais. No Médio Tejo defendemos a integração e divisão equilibrada, no CHMT, dos diversos serviços espalhados pelas 3 unidades hospitalares (Abrantes, Tomar e Torres Novas): A Urgência médico-cirúrgica deve ser atribuída ao CHMT e a administração ter a possibilidade de a gerir conforme os meios e as necessidades; A porta de entrada, deve ser a porta de saída; Extensão da Urgência Pediátrica às unidades de Abrantes e Tomar; Implantação de uma Urgência Básica em Ourém; Devem ser concretizadas, o mais depressa possível, as obras de requalificação da Urgência de Abrantes; A instalação da Ressonância Magnética em Abrantes/CHMT e da TAC em Torres Novas têm de ocorrer dentro dos prazos previstos e estarem em funcionamento até final do Verão; Implantação de uma unidade de hemodinâmica; Apoio à actividade da hospitalização domiciliária; Aquisição e manutenção de equipamentos e instalações (p.e. meios poupança energia, pintura de instalações,…); Reforço da idoneidade formativa; Recuperação das listas de espera de consulta e cirurgia; Apoio ao internamento em Medicina Física e Reabilitação e à criação de uma equipa multidisciplinar para atender às sequelas da Covid-19;…
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
Os meios rurais não podem nem devem ficar sem serviços de medicamentos (farmácias), pelo que estamos contra a deslocação sistemática de farmácias para as zonas urbanas. Fruto das dificuldades financeiras, em fase de agravamento, defendemos que sejam reforçados mecanismos de apoio à aquisição de medicamentos em meio rural.
NOTAS FINAIS
Deverá existir um esforço contínuo de Humanização dos cuidados de saúde e de comunicação/articulação entre os profissionais de saúde, e de estes com os utentes e familiares.
Muito do êxito futuro do SNS vai depender do aprofundamento do trabalho em rede (saúde pública; centros saúde; hospitais; cuidados continuados – que têm grande défice de camas; entidades sociais; serviços de transporte de doentes e sinistrados; autarquias; instituições sociais).
O reforço dos Recursos Humanos, sempre poucos para as necessidades, só pode ser atingido com vários meios: reforço do internato médico e da idoneidade formativa; criação de condições para atrair mais profissionais (valorização profissional e salarial; melhorias de equipamentos e instalações; telemedicina e digitalização; objectivos de gestão coerentes com a valorização das carreiras; incentivos à fixação; “habilidade” das administrações das unidades de saúde;…)
O funcionamento dos órgãos institucionais das unidades de saúde, nomeadamente os órgãos consultivos, é essencial para o envolvimento da comunidade (autarquias, escolas, utentes, IPSS, profissionais) no acompanhamento e na definição de metas a atingir.
Não sabemos qual vai ser o caminho para a “descentralização/municipalização” de alguns serviços de saúde ou se mesmo irá acontecer. Mas para os utentes, os orçamentos do Ministério/SNS (sempre com subfinanciamento crónico) ou das autarquias é dinheiro público, pelo que não se compreendem “birras/desencontros” quando se trata de melhorar a prestação de cuidados de saúde.
……………………
A saúde tem de ser a medida para avaliar do progresso e bem-estar de uma comunidade. Como afirmamos há muito, a saúde é o bem mais importante do ser humano.
A CUSMT continuará a dirigir os seus esforços para a informação, organização e mobilização das populações (a sua intervenção é FUNDAMENTAL para a concretização dos objectivos atrás expostos, p.e. a recolha de mais de 4 mil assinaturas para instalação do TAC em T Novas), para o contacto com as entidades responsáveis pela definição das políticas e prestação de cuidados e para a apresentação e reivindicação de cuidados de saúde de proximidade e de qualidade no Médio Tejo, na perspectiva do reforço do SNS para debelar ou reduzir o sofrimento humano.
26.4.2021, A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo
(Comunicado do CHMT)
Mais 415 pessoas integram os quadros de pessoal do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE a 31 de março de 2021, face a junho de 2014. Um reforço de Recursos Humanos que perfaz, atualmente, um total de 2105 funcionários efetivos no CHMT.
Da evolução destes números, nos últimos 7 anos, destacam-se as categorias profissionais de Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Diagnostico e Terapêutica e Assistentes Operacionais.
O Centro Hospitalar do Médio Tejo tem atualmente 176 Médicos no quadro de pessoal, mais 37 do que em 2014. Também o número de Enfermeiros apresenta uma subida, com mais 157 enfermeiros do que em 2014, num total, a 31 de março de 2021, de 777 Enfermeiros. Quanto aos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, há mais 51 profissionais em 2021, num total de 175 Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. O número total de Assistentes Operacionais, a 31 de março de 2021, é de 581, mais 110 do que em 2014.
Este reforço e valorização dos Recursos Humanos, do quadro efetivo do CHMT, tem, naturalmente, impacto na prestação de cuidados assistenciais aos cidadãos e acompanha o enorme investimento que está a ser levado a cabo nas três Unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo.
O Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, assume assim, cada vez mais importância enquanto empregador da Região, impactando o tecido social e empresarial do Médio Tejo, sendo uma ajuda para a economia local, quer através da fixação de jovens famílias, quer com a criação de postos de trabalho diferenciados e formação também diferenciada .
Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração, a propósito da evolução dos Recursos Humanos no CHMT, refere que “quando em 2014 se expressou em múltiplas situações ‘Mais Médio Tejo’ isso queria, precisamente, dizer que o futuro passaria por afirmar uma crescente ambição para este Centro Hospitalar, o que se traduzia, também, por mais profissionais, por mais equipamentos diferenciados e por mais capacidade de resposta às necessidades dos nossos utentes. ‘Mais Médio Tejo’ nunca foi uma expressão vã, e com o apoio constante da nossa Tutela, “Mais Médio Tejo” sempre significou para este Conselho de Administração fazer mais e disponibilizar mais aos nossos profissionais e aos nossos utentes”, concluiu o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE.
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