As três unidades hospitalares do CHMT - Centro Hospitalar do Médio Tejo – Abrantes, Tomar e Torres Novas – vão retomar, a partir do próximo sábado, 19 de fevereiro, as visitas hospitalares.
A evolução epidemiológica favorável do país e dos concelhos servidos pelo CHMT, permite uma reversão da medida de suspensão temporária de visitas que foi acionada a 12 de janeiro, para salvaguarda da segurança das pessoas doentes internadas e, também, dos profissionais de saúde da instituição.
As visitas aos serviços de internamento passarão a ser realizadas diariamente entre as 15h00 e as 18h00, restringindo-se a uma visita por doente, com a duração máxima de 30 minutos.
As visitas em Áreas Dedicadas à COVID-19 devem ocorrer preferencialmente via contacto telefónico ou videochamada, sendo disponibilizados para esse efeito equipamentos eletrónicos pela instituição, estando previstas exceções, nomeadamente numa fase terminal de vida da pessoa doente internada.
Na Maternidade, o pai/pessoa significativa pode acompanhar a grávida durante todo o trabalho de parto e permanecer até duas horas após o nascimento. No decorrer do internamento o horário de visita será o mesmo estabelecido para os restantes serviços.
Os visitantes deverão apresentar à entrada o comprovativo de vacinação há pelo menos 14 dias, com dose de reforço de uma vacina contra a COVID-19; ou resultado negativo de um Teste de Antigénio, realizado até 24 horas antes; ou de um teste PCR, realizado até 72 horas antes da visita. É ainda admitido, para efeitos de visita a doentes internados aos cuidados das unidades do CHMT, o certificado digital de recuperação.
O Governo anunciou, nesta quinta-feira, um alívio das medidas de combate à pandemia de covid-19.
Quais são as regras que caem, nesta nova fase:
- fim do confinamento de contactos de risco (mantém-se apenas para quem testa positivo)
- fim da recomendação de teletrabalho
- fim dos limites de lotação em estabelecimentos comerciais
- fim da exigência de certificado digital, salvo no controlo de fronteiras
- deixa de ser preciso teste negativo para acesso a grandes eventos, recintos desportivos e bares e discotecas
AComissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) defendeu hoje “medidas extraordinárias e imediatas” para a contratação de profissionais de saúde para os cuidados primários, sugerindo a criação de incentivos ou o recrutamento de estrangeiros.
José Manuel Soares, porta-voz da CUSMT, disse à Lusa que esta foi uma das questões abordadas na reunião realizada hoje com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), a direção executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo e um representante dos autarcas, na sequência da petição com mais de 7.500 assinaturas entregue, em janeiro, pela comissão, no Ministério da Saúde.
A reunião realizou-se por iniciativa do presidente da ARSLVT, Luís Pisco, realçando Manuel Soares o consenso entre todos os participantes quanto ao essencial das preocupações levantadas no abaixo-assinado e das propostas avançadas.
Em particular, salientou o reafirmar das dificuldades atualmente existentes na contratação de médicos e enfermeiros, o que, sublinhou, torna mais urgente, “pensar-se, a curto prazo, em medidas, que podem ser temporárias, de incentivos ou de contratação de profissionais estrangeiros”, a exemplo do que já se fez no passado.
Como exemplo da carência de profissionais existente na região, Manuel Soares referiu o concelho de Vila Nova da Barquinha (distrito de Santarém), onde as extensões de saúde estão encerradas quase há um ano e meio, funcionando apenas o Centro de Saúde.
O porta-voz da CUSMT salientou que, aos 22 médicos de família em falta na região é preciso juntar os 25 que atingem este ano a idade legal da reforma, sendo que os cuidados têm também sido afetados pelo conjunto de médicos infetados com o vírus que provoca a covid-19, ou que tiveram contactos de risco, ou ainda que foram afetos a serviços relacionados com a pandemia, para além dos casos de gravidez de risco e de licenças de parentalidade.
A CUSMT insistiu, igualmente, no cumprimento da promessa, feita em 2019, de instalação dos consultórios de dentistas nos centros de saúde e que só agora “estão a dar alguns passos”, nomeadamente em Abrantes, Entroncamento, Ourém, Sardoal e Mação.
Contudo, alertou, os quadros de pessoal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não preveem a existência de dentistas, pelo que se está a recorrer a contratos temporários para responder ao que é “uma necessidade premente para grande parte da população”.
Uma das propostas avançadas hoje foi a da realização de reuniões trimestrais entre as várias entidades, “no sentido de coordenar atividades, ganhar sinergias e poupar alguns meios”, afirmou.
Uma das situações a acompanhar é a das obras nas Urgência da unidade de Abrantes do CHMT, que a CUSMT gostaria que fosse acelerada, mas que reconhece ser preferível acautelar que não existam contestações ao concurso, de forma a garantir que “as obras começam, são bem feitas e no tempo determinado”.
A CUSMT insistiu, igualmente, na atribuição da urgência médico-cirúrgica a todas as três unidades do CHMT (Torres Novas, Tomar e Abrantes), acrescentou.
A questão da unidade de hemodinâmica, a necessidade do serviço de medicina física e de reabilitação na unidade de Tomar e as dificuldades de consultas de pedopsiquiatria são outros assuntos na ordem do dia, acrescentou.
Manuel Soares reafirmou a preocupação de uma efetiva promoção da saúde pública, considerando que uma aposta nos cuidados de proximidade, com a existência de extensões de saúde, unidades móveis, cuidados à comunidade, numa efetiva coordenação entre as diversas entidades, é fundamental para evitar que as pessoas fiquem doentes e “recorram, já em último caso, às urgências ou a consultas de recurso”.
“Um dos problemas da organização do SNS é que as diversas estruturas não conversem, não coordenem sua atividade”, disse, destacando a importância de reuniões como a que hoje se realizou em Torres Novas (Santarém) e dando o exemplo da prática adotada devido à pandemia, com reuniões regulares entre Segurança Social, Proteção Civil, Unidades de Saúde, permitindo, “bastantes vezes, dar resposta a uma série de situações que noutros casos não é habitual”.
“Propusemos que essa prática devia ser regular, de forma a identificar problemas no acesso aos cuidados de saúde e a tomar as medidas necessárias. As populações só teriam a ganhar”, disse, dando os exemplos dos transportes ou da utilização pelos cuidados primários de meios complementares de diagnóstico hospitalares, “alguns subutilizados”.
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