Centros de saúde do concelho de Leiria recebem viaturas para cuidados ao domicílio
Centros de saúde do concelho de Leiria recebem viaturas para cuidados ao domicílio
A Câmara de Leiria entregou hoje 10 viaturas, para a prestação de cuidados ao domicílio, aos centros de saúde do concelho, onde a falta de médicos de família para 40 mil utentes é o que mais preocupa.
“A entrega destas viaturas, que ficarão afetas aos serviços de cuidados de saúde primários dos centros de saúde, realiza-se no âmbito da transferência de competências na área da saúde para o Município de Leiria, nomeadamente, no que respeita aos serviços de apoio logístico”, incluindo cuidados de saúde ao domicílio, de acordo com a autarquia.
À agência Lusa, a vereadora com o pelouro da saúde, Ana Valentim, explicou que se trata de um aluguer operacional, representando um investimento anual de cerca de 52 mil euros.
No âmbito desta descentralização, transitaram para a câmara 14 assistentes operacionais, estando o município neste momento a trabalhar nos contratos interadministrativos com as juntas de freguesia.
“Iremos delegar nas juntas de freguesia aquilo que são as pequenas reparações nos centros de saúde que, em bom rigor, já executavam, só que não recebiam qualquer espécie de verba”, afirmou.
Segundo a autarca, as juntas faziam, “de facto, estas intervenções, no sentido de dar resposta àquilo que eram as solicitações dos profissionais dos centros de saúde”, sendo que “com o processo de centralização irão receber um valor para fazer estas pequenas reparações”.
“Faz todo o sentido que sejam efetuadas pelas juntas de freguesia, dada a proximidade que têm com os centros de saúde”, declarou, adiantando que esta matéria vai ser submetida à reunião da Assembleia Municipal prevista para 15 de dezembro.
Referindo que a descentralização de competências é um processo contínuo, Ana Valentim exemplificou que há questões que têm de ser regularizadas, como a titularidade dos edifícios.
“Nunca podemos dizer que é um processo que está fechado e vamos continuar a trabalhar e fazer a articulação com o ACeS, para poder dar resposta o mais depressa possível e com rigor e com rapidez àquilo que são as solicitações dos centros de saúde”, assegurou.
A vereadora acrescentou que o mais preocupante na área da saúde é a falta de médicos de família, destacando que no concelho há “40 mil utentes” sem estes profissionais.
Em 19 de junho, o Município de Leiria aprovou, por unanimidade na reunião de câmara, assumir as competências na área da saúde, após ter recusado, recebendo um envelope financeiro na ordem dos 800 mil euros.
Fazem parte do ACeS Pinhal Litoral, além de Leiria, os concelhos da Batalha, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós.
https://tvi.iol.pt/noticias/videos/medio-tejo-com-atraso-na-vacinacao-dos-utentes/6567470a0cf25f99538d6f41
https://mediotejo.net/mais-de-50-da-populacao-do-medio-tejo-ainda-nao-foi-vacinada-contra-a-gripe-utentes-c-audio/
Mais de 50% da população do Médio Tejo ainda não foi vacinada contra a gripe – Utentes (c/áudio)
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) disse hoje que mais de metade dos utentes” da região ainda não foram vacinados contra a gripe, manifestando preocupação com risco de sobrecarga nos serviços de urgência hospitalar.
“Ficámos hoje a saber, em situação de todo desconhecida da Comissão de Utentes, (…) que o conjunto das farmácias aderentes no Médio Tejo deixaram a descoberto umas dezenas de milhares de utentes, que deveriam estar vacinados”, disse à Lusa Manuel Soares, porta-voz da CUSMT, no final de uma reunião com a diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, entidade que integra 226 mil utentes de 11 municípios do distrito de Santarém.
Para Manuel Soares, esta informação, obtida na sequência de uma reunião de trabalho que incidiu na futura Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo e no plano de contingencia para o inverno, ”implica que os serviços do ACES tenham, de, nas próximas semanas, tentar vacinar umas dezenas de milhares de utentes que [já] deveriam estar vacinados”, tendo dado conta que “os primeiros focos de gripe nas crianças começaram a aparecer” e que “um conjunto de pessoas idosas, que não foram vacinadas, alguma com comorbilidades, terão de ser chamadas aos centros de saúde”, para evitar focos gripais típicos desta época.
O porta-voz da CUSMT indicou que cerca de “50 mil utentes não foram vacinados”, correspondendo a um total de “50% a 60% das pessoas que já deveria estar vacinada”, comparativamente ao ano anterior.
“Atendendo a que se aproxima uma época de convivência social, mas também de chuva e frio, altamente propícias ao aparecimento de focos de gripe, e sabendo nós da debilidade em que um conjunto de serviços do SNS estão, com urgências hospitalares no fio da navalha e os recursos humanos, nomeadamente médicos, no ACES, que não abundam, o SNS vai ter de resolver um problema que não estava à espera”, afirmou Manuel Soares.
A vacinação contra a gripe, que este ano decorre em simultâneo com a da covid-19, acontece preferencialmente nas farmácias comunitárias para os maiores de 60 anos.
Portugal administrou mais de 3,4 milhões de vacinas contra a gripe e contra a covid-19 no último mês, a maioria (71,5%) nas farmácias, de acordo com os dados oficiais do mais recente Relatório Semanal de Vacinação Sazonal, divulgado a 22 de novembro.
Relativamente à criação da ULS Médio Tejo, Manuel Soares disse ter recebido a informação que “o plano estabelecido está a ser cumprido para tudo estar a postos no dia 01 de janeiro” de 2024, tendo manifestado a “preocupação com a falta de clínicos” no Médio Tejo, onde “cerca de 71 mil utentes não tem médico de família atribuído”, num universo de 226 mil utentes, e a “expectativa que a ULS confira uma cobertura de cuidados médicos a 100% e com características de proximidade” à população das freguesias rurais.
O porta-voz da CUSMT defendeu o “reforço do acesso a cuidados de saúde de proximidade e de ações de prevenção” da doença, “investimentos em equipamentos e recursos humanos”, em “mais Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC)”, em “unidades móveis de saúde”, e na “manutenção das extensões de saúde abertas”, a par de uma “maior articulação entre cuidados primários e hospitalares, com os respetivos meios complementares de diagnóstico”.
A ULS do Médio Tejo vai integrar os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Torres Novas, Tomar e Vila Nova da Barquinha, todos do distrito de Santarém e atualmente integrados no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Médio Tejo e Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT), agregando ainda Vila de Rei, atualmente integrado na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.
c/LUSA
https://mediotejo.net/mais-de-50-da-populacao-do-medio-tejo-ainda-nao-foi-vacinada-contra-a-gripe-utentes-c-audio/
Mais de 50% da população do Médio Tejo ainda não foi vacinada contra a gripe – Utentes (c/áudio)
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) disse hoje que mais de metade dos utentes” da região ainda não foram vacinados contra a gripe, manifestando preocupação com risco de sobrecarga nos serviços de urgência hospitalar.
Ocupadas 1.836 das 2.242 vagas do concurso para formação de médicos especialistas
O concurso para a formação de médicos especialistas terminou no sábado com 1.836 das 2.242 vagas preenchidas, anunciou hoje a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), assumindo preocupação com a diminuição das escolhas em Medicina Interna.
Em comunicado, a ACSS destaca que “em 33 das 48 especialidades foram ocupadas 100% das vagas a concurso”, que “em 22 dessas especialidades foi registado o maior número de colocados de sempre” e que as 10 vagas do plano especial de formação para as zonas de baixa densidade foram “ocupadas na totalidade”.
Por outro lado, reconhece como “motivo de preocupação” a diminuição das escolhas pela especialidade de Medicina Interna, onde foram ocupadas apenas 104 das 248 vagas a concurso, sendo que este número foi “só parcialmente compensado pela admissão de 68 candidatos na especialidade de Medicina Intensiva”.
“Tratando-se de uma especialidade nuclear para o funcionamento das unidades hospitalares, o Ministério da Saúde desenvolverá, em conjunto com as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e em colaboração com a Ordem dos Médicos, uma análise sobre as razões que levam a uma menor preferência por esta especialidade”, enfatiza.
Segundo a ACSS, as 1.836 vagas ocupadas no processo de escolhas para a área de especialização do Internato Médico de 2023 foram ocupadas por 80% dos candidatos que reuniam as condições necessárias.
“No ano anterior foi colocado um número ligeiramente superior de médicos, 1.883, mas que correspondiam a uma percentagem menor dos candidatos, 79%”, detalha.
Em 33 das 48 especialidades foram ocupadas 100% das vagas a concurso, sendo que em 22 dessas especialidades foi registado “o maior número de colocados de sempre”, nomeadamente em “especialidades onde as carências se têm manifestado de forma intensa”, como Pediatria (110), Anestesiologia (97), Cirurgia Geral (85), Psiquiatria (82), Ginecologia-Obstetrícia (67), Ortopedia (62) e Cardiologia (45), precisa.
De acordo com a ACSS, este processo de escolha resultou ainda na colocação de mais 453 médicos internos na formação especializada de Medicina Geral e Familiar e mais 37 médicos internos na formação especializada de Saúde Pública, “permitindo o reforço dos cuidados de saúde primários”.
Ainda destacada pela tutela é a colocação de 83% dos 1.833 candidatos a frequentar o Programa da Formação Geral do Internato Médico e os “240 jovens médicos que não haviam escolhido uma vaga na formação especializada em anos anteriores [e] que optaram, neste processo, por se integrar na formação especializada e escolher uma das vagas disponíveis”.
Quanto às 10 vagas do plano especial e individualizado de formação estabelecido pela unidade hospitalar em colaboração com a Ordem dos Médicos/Colégio de Especialidade e com os órgãos do Internato Médico, fixadas pelo Ministério da Saúde em serviços de territórios de baixa densidade, foram totalmente ocupadas.
Segundo destaca a ACSS, “este processo inovador é uma das prioridades do Ministério da Saúde para garantir a sustentabilidade dos cuidados prestados nessas unidades de saúde”.
Também referido é o facto de 28 especialidades registarem um aumento do número de colocados face ao concurso do ano passado, destacando-se Cirurgia Geral (+14), Ginecologia-Obstetrícia (+14), Anestesiologia (+13), Psiquiatria (+10), Ortopedia (+10), Pediatria (+8) e Cardiologia (+8).
A formação de médicos especialistas terá início em janeiro de 2024 e tem como objetivo habilitar o médico ao exercício tecnicamente diferenciado numa das 48 áreas de especialização.
A ACSS destaca que o concurso contou este ano com “o maior mapa de vagas de sempre” (2.242).
Num comunicado divulgado no sábado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou que mais de 400 vagas ficaram por preencher no concurso para a escolha de especialidades, no que considerou ser uma “hecatombe” para o SNS.
“Por aqui se vê a atratividade que tem o trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, numa altura em que todos os recursos humanos médicos deveriam ser aproveitados”, lamentou a estrutura sindical.
Fonte: Lusa