VINTE LINHAS
De fininho
Corre por aí um abaixo-assinado, promovido pela comissão de utentes da saúde do Médio Tejo, contra as medidas governamentais que ameaçam a sobrevivência do hospital de Torres Novas. Com pleno conhecimento da verdade toda ou com base apenas no diz que disse, as pessoas vão assinando. De uma coisa têm a certeza, não percebem o porquê de a unidade de saúde local ser a mais penalizada das três e sentem-se inseguros: quem será o socorro na hora de aflição? Mais do que as alterações em causa é esta indefinição que mais inquieta os torrejanos. Ninguém sabe onde se dirigir hoje ou como vai ser o amanhã. Um destes dias passei uns minutos, por motivos pessoais, nos corredores do hospital de Torres Novas. Além do vazio e do silêncio das instalações, quase vazias, chocou-me o constatar da realidade: os senhores das mudanças a transportar, a mando de alguém, equipamentos e material logístico, para o hospital de Abrantes. Enquanto reivindicamos a manutenção de valências naquela unidade de saúde, elas vão saindo de fininho, sem grande alarido. O futuro está certamente traçado, apenas ninguém o assume. Por: Inês Vidal
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