OURÉM – Dossier acesso à saúde: Paulo Fonseca não esconde revolta e diz que concelho «Está a ser humilhado»
O concelho de Ourém considera-se «humilhado» pelos altos responsáveis pelo sector da saúde no nosso país. Aquela população é a que mais tem sofrido com a reestruturação levada a cabo no Centro Hospitalar do Médio Tejo, de tal forma que as pessoas, desde há vários meses, em qualquer situação mais urgente, têm que percorrer cerca de setenta quilómetros até Abrantes...
quando há registo para uma Unidade, bem mais perto, em Leiria. Paulo Fonseca, presidente da autarquia ouriense, tem sido a voz da revolta do concelho e, por livre iniciativa, depois de muitas abordagens sem sucesso, resolveu enviar um mail para a Secretaria de Estado, onde solicita a resolução deste grave problema, mais ainda se tivermos em conta que o Centro de Saúde encerra, agora, pelas vinte horas. Em declarações à Hertz, Paulo Fonseca, não poupa nas palavras: «Julgo que estão a tentar humilhar o concelho de Ourém e eu fico revoltado enquanto presidente da Câmara e, nessa qualidade, como porta-voz dos cidadãos e das suas preocupações. Ourém é o segundo concelho do distrito de Santarém no número de habitantes que residem aqui todos os dias, tem uma população flutuante de mais cinquenta mil habitantes que aqui chegam no verão, para além de um conjunto de cinco milhões de pessoas que visitam Fátima todos os anos. Por outro lado, não tem qualquer hospital e nem nós queremos ter qualquer hospital, o que seria um absurdo. Mas tínhamos um Centro de Saúde que, ainda há poucos anos, funcionava vinte e quatro horas por dia; depois, passou a abrir às 8 da manhã e a encerrar à meia-noite; depois passou a encerrar às dez da noite, passando, agora, para as vinte. E já se fala que pode fechar, no futuro, pelas seis da tarde. É absolutamente inaceitável que isto aconteça, somando a outro conjunto de factores, que consideramos como humilhantes para o nosso concelho, que é também o segundo à escala distrital a gerar impostos para pagar aquilo que se decide a partir de Lisboa. Não posso aceitar isto. Os Postos Médicos nas freguesias estão a encerrar com o argumento de que é necessário poupar recursos». Paulo Fonseca fez, então, referência para a mudança no acesso aos cuidados de saúde por parte da sua população, garantindo que não haverá qualquer poupança com as novas medidas: «Tínhamos um conjunto de valências em todas as unidades no Centro Hospitalar do Médio Tejo, desde logo em Tomar, um vizinho e amigo que dista vinte quilómetros entre as respectivas sedes de concelho. E hoje as pessoas são canalizadas para o Hospital de Abrantes, que dista cerca de 70 quilómetros de Ourém. A verdade é que a 20 quilómetros de Ourém existe um outro hospital, também do Estado e do Ministério da Saúde, que é Leiria, ao qual os cidadãos do nosso concelho não têm acesso. Dir-me-ão: mas sempre foi assim... Sempre foi assim, mas nessa altura, antes deste conjunto de medidas tomadas ultimamente, havia acesso, em qualquer hora, a qualquer valência aos hospitais de Tomar e de Torres Novas, algo que não acontece agora. Ainda recentemente, um jovem foi levado pelos bombeiros de Ourém para o Hospital de Tomar, daqui saiu noutra ambulância para Abrantes e, depois, ainda saiu de helicóptero para o Santa Maria. Pergunto: onde está a poupança? Não será que, pelo contrário, temos agravamento da despesa pública? Não há distanciamento no socorro que, numa boa parte das emergências, deve ser imediato?». O presidente da Câmara Municipal de Ourém tem andado numa autêntica «roda-viva» no sentido de ver o problema da população resolvido. Contam-se as reuniões com o Secretário de Estado e outros responsáveis pela Administração Regional... sem efeitos práticos, apesar das diversas promessas. Tal como referimos, o autarca resolveu enviar mails diários no sentido de pedir explicações. O caricato desta situação é que essas comunicações até já foram bloqueadas pela Secretaria de Estado: «Há onze meses atrás, munidos de todo o nossos sentido de responsabilidade e de educação, estivemos com o secretário de Estado da Saúde, que nos deu toda a razão e prometeu resolver o problema de imediato. Fizemos chegar uma proposta que não agravava os custos que o Ministério da Saúde tem os nossos cidadãos e que apenas reformulava a sua organização... Fomos recebidos pelo presidente da Administração Regional de Saúde, que nos deu toda a razão, prometendo resolver o problema de imediato. Depois, veio até nós o vice-presidente da Administração Regional de Saúde, que nos deu toda a razão. Em Maio, o senhor secretário de Estado visitou Fátima. Tive oportunidade de lhe dizer que o problema continuava por resolver e estava até a agravar-se. Ficou com um aspecto muito espantado, admirado, porque o assunto ainda não tinha sido resolvido. Prometeu fazê-lo assim que chegasse a Lisboa. Pois bem, estamos em Agosto e o problema continua por resolver. A dada altura, comecei e enviar um mail para a Secretaria de Estado, que agora bloqueou os mails para não receber as nossas comunicações. Dessa forma, agora mando um mail todos os dias para o senhor Ministro da Saúde porque é absolutamente revoltante que o nosso povo não tenha um mínimo de apoio médico, ao qual tem o mesmo direito de outros. Não calo a minha voz perante a tamanha humilhação e tanta falta de sentido humano».
2012-08-25 10:36:17
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