A perda de valências no Hospital Nossa Senhora da Graça, de Tomar, foi uma das dores de cabeça para a população nabantina - e não só - durante os últimos tempos. E tanto assim foi que houve lugar a diversas manifestações, sendo que uma destas iniciativas resultou mesmo da subida de dezenas de populares ao salão nobre da Câmara Municipal, precisamente na ocasião em que o executivo analisava o problema.
A perda da urgência médico-cirúrgica e ainda da medicina interna causou um enorme descontentamento na população que, agora, em caso de urgência, tem de percorrer dezenas de quilómetros, principalmente até Abrantes. Este assunto irá, decerto, marcar a campanha eleitoral dos concorrentes à autarquia tomarense, que terão de avançar com soluções para que o acesso aos cuidados de saúde fique mais salvaguardado... isto se ainda houve volta a dar. O processo-hospital esteve em cima da mesa no recente debate promovido pela Hertz. Questionados, os sete candidatos, com mais ou menos argumentos a este propósito, disseram de sua justiça. Seguindo a ordem resultante nos boletins de voto, registo para as palavras de Carlos Carrão, do PSD, que admitiu prejuízos para os tomarenses mas sublinhou que há que ter a consciência dos tempos em que vivemos: «Independentemente daquilo que foram alguns prejuízos para o concelho, convém dizer que estava em causa a viabilidade financeira do próprio Centro Hospitalar do Médio Tejo. E a confirmar-se essa viabilidade, então as três unidades, entre as quais Tomar, poderiam continuar a funcionar. Temos a informação que o nosso hospital tem sido reforçado com algumas valências, que são questões de oportunidade, e esperemos que essa oferta ainda seja mais reforçada. O que está em cima da mesa é a qualidade dos serviços de saúde. Temos de estar atentos mas também temos de estar atentos perante a conjuntura que nos rodeia». Rui Coutinho, do Bloco de Esquerda, não teve dúvidas em apontar o dedo à Câmara Municipal, acusando-a de passiva por ter permitido a saída de valências do hospital: «Se há dez anos atrás, alguém afirmasse que Tomar iria deixar de ter as urgências, ninguém iria acreditar. Estamos a falar de algo essencial para a vida dos cidadãos. Temos constatado que todas as valências têm desaparecido e não há a capacidade da autarquia em lutar para que elas se mantenham. Deve haver maior empenho do executivo neste processo. Caso contrário, qualquer dia, Tomar nem tem um hospital». Por sua vez, Flávio Nunes, do Movimento Partido da Terra, preferiu remeter mais considerações depois de concretizar um desejo, que passa por uma reunião com o Ministro da Saúde: «Tenho que falar com o Ministério da Saúde e, dessa forma, avançar com propostas após as eleições. É o que tenho a dizer por agora sobre este assunto...». Bruno Graça, da CDU, considerou que o fundamental é olhar para a saúde como um todo e não só na vertente hospitalar. O candidato sublinhou que o desejo da população deve ser tido em consideração: «Para nós, o problema é este Que saúde é prestada à população do concelho de Tomar? E esta situação passa por diferentes etapas, desde os cuidados primários até aos hospitalares. Esta é uma responsabilidade do Governo. Mas a Câmara tem de apoiar todos os movimentos cívicos que se façam em Tomar. E não se pode deixar que Ourém vá para o Hospital de Leiria, porque isso irá enfraquecer a posição de Tomar neste diálogo com o Governo». Ivo Santos centrou-se em pormenores para justificar a perda de importância de Tomar, precisamente nas questões do Centro Hospitalar do Médio Tejo. O cabeça de lista do CDS deu um exemplo concreto: «Há cerca de um mês, abriu em Tomar um centro de hemodiálise. E sabem qual é o nome? Chama-se Centro de Hemodiálise Ourém/Tomar. Até aceitaria que fosse Tomar/Ourém, agora desta forma?! Estamos a falar de algo que está sedeado no concelho, na freguesia de São João Baptista. Importante, convém dizer, é que esta estrutura exista e que, finalmente, tenham sido criadas condições para se ter instalado na cidade. Mas são estes pormenores, estes pequenos nadas, que realçam a nossa falta de importância no contexto regional». Anabela Freitas, do PS, defendeu uma actuação conjunta, admitindo que, até agora, cada município tenha puxado a brasa à sua sardinha: «A resolução do Centro Hospitalar do Médio Tejo passa, precisamente, por uma actuação intermunicipal, precisamente entre os vários Municípios que são servidos por esta estrutura. E é aqui que Tomar tem de ter liderança. Se calhar, cada um puxa a brasa à sua sardinha, mas é preciso perceber que se todos convergirem numa solução, então todos ficaremos a ganhar, sob pena de alguma das Unidades ficar fora do Centro Hospitalar». Pedro Marques, dos Independentes por Tomar, recuou à altura em que a saída das valências começou a registar-se no Hospital e acusou o executivo PSD de não ter voz neste processo: «O problema do hospital começa quando fomos perdendo as valências e não houve reacção. E começa com a criação do Centro Hospitalar do Médio Tejo, que viabilizou o hospital de Abrantes. Enquanto a Unidade principal foi prejudicada. Há que ter voz! Não é por acaso que, de entre todos os que estão neste debate, o único que tem queixas-crime por falar do hospital sou eu. Mas não ofendi ninguém. Apenas me limitei a dizer a verdade. Tem que se envolver outros municípios, nomeadamente Ourém e Ferreira do Zêzere. E foram envolvidos? Não foram! Nós não dependemos na Administração Central. Para nós, em primeiro lugar, está sempre o concelho de Tomar. Não é ninguém lá de baixo (ndr: Lisboa) que nos dá ordens».
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