Utentes da Saúde do Médio Tejo

A saúde é o bem mais precioso do ser humano. Respeitando este princípio, que

insistentemente tem repetido, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo continuará

a informar, organizar e mobilizar os utentes para que o acesso e a prestação de cuidados

de saúde às populações melhore continuamente ou, em último caso, se mantenham as

condições actuais.

Na acção regular desta Comissão de Utentes temos publicamente procurado junto

das entidades responsáveis a solução dos problemas existentes. Dizemos bem, quando

achamos correctas as decisões e a sua aplicação. Criticamos, quando os dados

disponíveis implicam o prejuízo da saúde das populações. Propomos alternativas ou

sugerimos o seu estudo, quando verificamos que assim os serviços de saúde se podem

tornar mais eficientes e eficazes.

E a nossa acção vai dando resultados. Anotem-se as opiniões e os alertas da

CUSMT (ver nosso blog e documento anexo) e o que vai sucedendo na realidade. Mais

um exemplo: sempre defendemos que o Ministério da Saúde devia tomar medidas de

excepção para colmatar a falta de pessoal médico. O Ministério e muitos dos

responsáveis, seus apoiantes, foram “assobiando para o lado” e dizendo que a situação

não era “dramática”. Agora, perante o habitual surto de gripe (que pôs a nu todas as

insuficiências das medidas governamentais para defender a saúde das populações), vem

a Ministra da Saúde colocar a hipótese de recorrer a médicos reformados.

E por muito que se pretenda iludir a opinião pública, a verdade é que nos Cuidados

Primários de Saúde (cuidados prestados ao nível dos Centros de Saúde) o acesso e as

condições de prestação de cuidados de saúde estão cada vez mais difíceis, apesar da

implantação das USF (só há duas na região). Os problemas estão ao nível da escassez

de recursos humanos e na insuficiência de instalações. A resolução destes problemas era

uma boa oportunidade para o Governo concretizar as suas intenções de dinamizar o

emprego e a indústria da construção civil (p.e. Há milhares de enfermeiros no

desemprego). A anunciada instalação dos ACES, poderá vir a agravar a escassez de

recursos médicos (ver documento em anexo).

Sem Conselho Consultivo e sem plano estratégico, o Centro Hospitalar do Médio

Tejo parece ser gerido ao sabor das conveniências. Num dia, publicita-se um documento

em que as funções de cada uma das unidades é profundamente alterado. Noutro, perante

o clamor público, emite-se outro documento onde se dá a entender que o anterior não

vale e que tudo vai ficar na mesma. Que estudos e que critérios para estas duas

posições? Permanece a intenção de retirar a urgência cirúrgica de Torres Novas e Tomar

e a cirurgia programada de Torres Novas e Abrantes? É verdade que é hipótese a

cedência de capacidade de bloco operatório e de internamento da unidade hospitalar de

Torres Novas, a uma entidade privada?

Vamos