Saúde
por Joaquim Judas
(Médico)
Nesta época marcada pela troca de votos de Bom Natal e de Bom Ano Novo, quero aproveitar este espaço para prestar homenagem às Comissões de Utentes da Saúde e aos seus activistas.
As Comissões de Utentes da Saúde tornaram-se “A Voz”, no complexo jogo de poderes onde “O Doente” é sempre o elo mais fraco: porque lhe falta a força e lhe sobra o medo, porque está perdido na teia de procedimentos e escusas, porque, ainda e sobretudo, está doente. Lá, onde se encerram serviços ou tarda a assistência; ali, onde faltam médicos ou outros profissionais; aí, onde a atenção e a sensibilidade cedem; aqui, onde o direito deu lugar à injustiça: em toda a parte têm lugar as Comissões de Utentes da Saúde. Com a força de um Abril sempre vivo, nos últimos anos a elas se deve a mais coerente defesa do direito à saúde e do Serviço Nacional de Saúde. Em torno de “O Problema”, unem-se homens e mulheres sem distinção e aí se fazem ouvir para exigir solução. Muitas vezes alguns, algumas vezes milhares, são hoje uma realidade incontornável na consideração das políticas de saúde. Sem agenda, as Comissões de Utentes movem-se pelo objectivo que motiva a sua existência: o interesse das pessoas em verem satisfeito o seu direito à saúde. A informalidade a que obedecem a sua constituição e os seus métodos de actuação, escapa a abordagens calculistas. A tentativa, já feita, de as aperrarem com uma estrutura orgânica de corpos elegíveis e representatividade instituída não fez, por enquanto, caminho. Sem prejuízo da razão de ser que cabe a entidades com tal estatuto, a força representativa das Comissões de Utentes da Saúde tem estado na humanidade dos seus objectivos, na disponibilidade dos seus activistas e na mobilização das populações. A luta para assegurar a todos os utentes um Médico de Família e por consultas no próprio dia; a luta contra as taxas moderadoras e pelo aumento das comparticipações do Estado nos medicamentos e nos métodos complementares de diagnóstico e de terapêutica; a luta pela adequada e oportuna realização de consultas de especialidade e cirurgias; a luta por uma qualificada rede pública de internamento e de apoio domiciliário; a luta pela construção, equipamento e entrada em funcionamento de serviços de saúde; a luta pelo alargamento da cobertura de prestação de cuidados pelo Serviço Nacional de Saúde; a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde: eis algumas das matérias que continuarão a ser motivo de atenção das Comissões de Utentes da Saúde no Ano Novo de 2010. E no nosso Distrito, também, entre outras coisas, o Hospital no Seixal. Como alguém disse sobre esta matéria: “Cumpra o Governo com o que se comprometeu, porque nós cumprimos”. Sim, as Comissões de Utentes da Saúde cumprem sempre. Para elas, um Bom Natal e um Bom Ano será, sem dúvida, um Bom Natal e um Bom Ano para todos nós.
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Joaquim Judas - 16-12-2009 09:19 |
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