Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010
Os enfermeiros do Hospital Rainha Santa Isabel em Torres Novas aderiram à greve do sector, que decorreu de 27 a 29 de Janeiro. No primeiro dia de greve, segundo dados fornecidos por Carlos Morais, dirigente sindical, 97 por cento dos profissionais aderiram ao protesto.
”Estamos aqui hoje porque os enfermeiros estão descontentes, porque são vítimas de discriminação a nível de carreira, porque sendo licenciados estão a ganhar muito abaixo de qualquer licenciado da função pública”, disse Rui Morais, funcionário do hospital de Torres Novas. Mas mais do que questões monetárias, está em causa o reconhecimento social da profissã ”Queremos que nos reconheçam o papel social que desempenhamos. Somos tão licenciados como qualquer outro licenciado que trabalha para o Estado e não percebemos a discrepância na questão salarial entre outros profissionais e os enfermeiros, que são o pilar da saúde em Portugal”, lamentou indignado Carlos Morais.
Um ultraje à profissão é como o sindicalista define esta política do Estad ”Como é que é possível que nós enfermeiros, que temos um percurso académico reconhecido internacionalmente, continuemos a ser discriminados no nosso país. Os outros licenciados entram no ensino superior com notas inferiores às nossas e quando terminam o curso ganham mais um terço. É discriminação e um ultraje à profissão de enfermagem e ao mérito que nós temos na nossa sociedade. Não percebemos como é possível continuar a sermos tratados como secundários, num universo que temos um papel principal”, criticou.
O protesto começou na quarta-feira, com a realização de reuniões dos profissionais para discussão de outras formas de luta. O protesto dos enfermeiros termina hoje com uma manifestação nacional junto ao Ministério da Saúde e talvez da Assembleia da República.
Os serviços mínimos, esses, foram cumpridos: ”Não paramos totalmente porque a população precisa de nós. Apesar de estarmos em greve, a população tem acesso a cuidados de saúde de qualidade. Os serviços que podem pôr em causa a integridade física ou a vida dos utentes estão assegurados”, garantiu Carlos Morais.
Por: Inês Vidal / Jornal Torrejano