Por cuidados de saúde de qualidade e proximidade!
No Médio Tejo, apesar dos problemas a resolver, a população tem no SNS o mais valioso serviço público.
A 21 de março de 2025, comemoram-se 22 anos de actividade da CUSMT - Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo. Definindo-se como movimento de opinião e reivindicativo, na defesa e valorização do SNS, a CUSMT pautou sempre a sua actividade pela abertura, pela transparência e pelo envolvimento das populações e todas as entidades que pretendem melhorar a prestação de cuidados de saúde, tendo como lema "Corrigir o que está mal, multiplicar o que está bem.
A realidade na prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo: 11 concelhos; 2500 Km2, 178 mil utentes inscritos; Em 63 locais diferentes, 83 unidades de saúde nos cuidados de saúde primários (inclui Unidade de Saúde Pública, UCSP, USF, UCC); 3 hospitais com 5 urgências, 28 especialidades, 455 camas, 13 salas bloco operatório, 2 ambulâncias SIV. ...
Mais de 2800 trabalhadores (82% mulheres), tiveram em 2024, esta actividade assistencial: 92,5% de cobertura de cuidados médicos; quase 950 mil consultas e actos de enfermagem, 3750/dia útil, nos centros e extensões de saúde; mais de 17 mil internamentos hospitalares, 47/dia; perto de 190 mil consultas hospitalares, 747 por dia útil; 153 mil episódios de urgência, 423/dia, 17/hora; 755 partos; 36 mil actos hospital dia, 144/dia útil; ...
Mas há problemas a ultrapassar: escassez de recursos humanos; extensões de saúde encerradas; listas de espera, em algumas especialidades, nas consultas e cirurgias; os cuidados de proximidade não chegam a muitos locais; mais de 13 mil utentes sem cobertura de cuidados médicos, sujeitos a consultas de recurso e à ida às urgências; funcionamento com constrangimentos da maternidade. A acção dos governos e outras entidades tudo farão, entretanto, para criar mais problemas ao SNS...
Como se indica atrás, há problemas a resolver no Médio Tejo, mas nos últimos anos (especialmente depois da Troika) o SNS tem crescido e valorizado a sua acção junto da população. Esses avanços tiveram o contributo decisivo das estruturas de utentes e do envolvimento das populações. Por exemplo: Criação de muitas USF e UCC; Todos os centros de saúde têm Gabinetes de saúde oral, excepto o de Torres Novas onde a Câmara Municipal não executa obras; Melhoria da frota de transporte; O regresso dos Serviços de Medicina Interna aos hospitais de Tomar e Torres Novas; A instalação de equipamentos TAC em Torres Novas e Tomar e ressonância em Abrantes; Serviço de Hemodiálise, um dos mais importantes no sector público com 20 boxes; A internalização do serviço de recolha de material para análises em todos os centros de saúde, excepto onde há hospitais; Desenvolvimento, com investimento em equipamento e recursos humanos, dos serviços UCIC e do Serviço de Patologia Clínica, essenciais (também para territórios fora do Médio Tejo) durante a pandemia COVID-19; Travada a deslocação de farmácias das zonas rurais para os meios urbanos; desenvolvimento de acções de saúde pública; ... Começo da construção da Unidade de Pedopsiquiatria; em fase de conclusão as obras na urgência medico-cirúrgica em Abrantes.
Como fizemos ao longo dos anos a CUSMT desenvolverá todas as iniciativas junto das populações (como, em fevereiro de 2024, as mais de 16500 assinaturas recolhidas "por melhores cuidados de saúde" e interagindo com todas as instituições interessadas, apresentando propostas exequíveis. Queremos alcançar ganhos claros para as populações na prestação de cuidados de saúde.
Alguns dos objectivos a alcançar no curto/médio prazo, para melhorar a prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo: Reforço das acções de saúde pública como a prevenção de episódios de doença nas ERPI, a diminuição da sinistralidade rodoviária e a adopção de boas práticas de vida; constituição de mais USF e UCC; Levar as USF a assumirem a prestação de cuidados médicos nas Extensões Rurais; Manutenção e novas instalações nos CSP, para melhorar as condições de trabalho e reabrir as extensões de saúde que ainda não reabriram depois da pandemia; Reforço dos cuidados de proximidade; Desenvolvimento das especialidades hospitalares para combater as listas de espera; Urgência Médico- Cirúrgica atribuída à ULSMT e não só a uma Unidade Hospitalar; Funcionamento permanente das 5 urgências, especialmente a Maternidade em Abrantes; Estender a urgência pediátrica às unidades hospitalares de Abrantes e Tomar; Desenvolvimento do Serviço de Medicina Física e Reabilitação, em Tomar; Nova sala de bloco operatório no Hospital de Torres Novas; Mais camas de cuidados continuados; Desenvolver e aprofundar a internalização dos MCDT; Evitar a retirada de farmácias das zonas rurais; Reforço dos recursos humanos (uma mais-valia humana, social e económica para a região) com valorização profissional e salarial de TODOS os trabalhadores; ...
A CUSMT e outras estruturas de utentes, com os seus parcos recursos e com o apoio logístico do MSU, continuará a utilizar instrumentos objectivos para a informação, mobilização e participação das populações para melhorar os cuidados de saúde (e outros serviços públicos conexos), valorizando o SNS e, assim, melhorando a sua qualidade de vida.