É conhecido que o deficiente funcionamento do SNS decorre do subfinanciamento crónico, da carência de recursos humanos, da desvalorização das carreiras profissionais e da promiscuidade entre o setor público e os setores privado e social, através de uma crescente transferência de verbas do Orçamento de Estado (OE) para o negócio da doença.
Exemplo disso é a execução do OE do SNS em 2024, em que 54,16% do valor total das despesas em saúde (cerca de 8,5 milhões de euros) foram transferidos para o setor privado.
Ora, se a transferência de dinheiros públicos para o setor privado da saúde tem aumentado nos últimos anos e a qualidade do SNS tem piorado, então fica claro que a continuidade deste caminho, com a contratualização de Parcerias Público Privadas (PPP), não serve os enfermeiros e os utentes.
Ao mesmo tempo que este modelo de gestão sai mais caro ao Estado e, consequentemente, aos utentes, as Parcerias Público Privadas (PPP) exploram os enfermeiros com regimes de trabalho muito piores. Vale a pena recordar alguns direitos dos enfermeiros da administração pública que não estão garantidos na gestão privada:
Enquanto os privados sugam os impostos, exploram os enfermeiros. “Ribera Salud (grupo que explora o Hospital de Cascais) registou um lucro de 808 milhões de euros em 2024, representando um aumento de 38% na sua faturação em relação ao ano anterior.”
